domingo, 28 de novembro de 2010

Girly Paradise Gifs
ENFEITANDO A ÁRVORE PARA O NATAL 

A data sugerida para se montar a Árvore Gnóstica de Natal é preferentemente dia 1º de dezembro.

Tipo de Árvore: Se possível, que seja um pinheirinho, já que esta árvore representa a energia luminosa da Era de Aquárius. O pinheiro é, na verdade, o símbolo da Era Aquariana. Mas podem ser plantas especiais e mágicas, como a romãzeira, o cipreste, o zimbro etc.
Localização da Árvore : Sugere-se colocar a árvore de Natal ao centro da sala ou no leste, aonde o Sol nasce. É apenas uma sugestão, caso não haja essa possibilidade, qualquer local será apropriado para isso.
Como Enfeitar a Árvore: Sempre de cima para baixo, respeitando as forças descendentes do Espírito Divino que vêm para nos abençoar aqui no plano físico.
No Topo da Árvore: Fixe uma estrela dourada estrela 1, esta representa nossa Estrela Interior que anseia nos guiar na peregrinação da vida, é o nosso Espírito Divino que precisa nascer em nossa Consciência (o topo de nossa Alma é a Consciência). Porém NUNCA ponha a estrela de ponta cabeça, se esta for de cinco pontas.
Os Enfeites: Os enfeites alegorizam virtudes, poderes e forças espirituais que devem triunfar dentro de nós, e também dentro da casa onde está a Árvore. Vejamos os principais enfeites-símbolos:
1. Os 3 Sininhos: Simbolizam a Santíssima Trindade, as três Forças Primárias do Cosmos;
2. Os 7 Anjinhos: Representam os 7 Espíritos Angélicos Santificados, que estão diante de Deus intercedendo por todos nós;
3. As 12 Bolas: Podem ser mais, obviamente, mas as maiores devem ser ao todo 12, e este número representa as 12 Leis Crísticas, os 12 Salvadores e os 12 Cavaleiros da Távola Redonda, que nos protegem de todo o mal para algum dia encontrarmos as 12 Verdades de Cristo;
4. As 7 Bengalinhas: Simbolizam as 7 Kundalinis que devemos trabalhar para algum dia encarnarmos nosso Poderes que Divinizam;
5. Os Enfeites: Ao pé da Árvore, representam todas as virtudes que queremos alcançar em nossa vida espiritual; podem ser pequenas caixinhas, elas representam essas virtudes e podem ser de cores variadas.
A Vela Quadrada de Cor Amarela: Deve ser posta na base da Árvore ou próxima a ela, porém com segurança total. E na noite de Natal, se possível, acendê-la para que toda a simbologia natalina se transforme num carregador de energia astral altamente energizado. Recomenda-se que uma mulher (caso seja possível, grávida) acenda essa vela.
Recipiente com Água: Deve ser posto do lado oposto da vela acesa, pode ser uma pequena jarra com água (obviamente coberta, para não cair nenhuma impureza). Representa que devemos nos purificar com Água e com Fogo para iniciarmos verdadeiramente a construção de nossa Árvore Natalícia Interna! Ao desmontar a Árvore, no Dia de Reis (6 de janeiro), dê essa água de beber a todos os membros da família, ou a distribua aos enfermos; ou então, molhe as plantas de sua casa, pedindo aos elementais da Natureza proteção, harmonia e prosperidade a todos os que moram nesse lar...


Que a Luz do Cristo Cósmico ilumine sua casa com essa maravilhosa representação esotérica que é a Árvore Natalina!
Lembre-se: Essas são somente algumas sugestões de objetos simbólicos para sua árvore de Natal. Você também pode usar outros símbolos sagrados de seu conhecimento, desde que colocados ali com muita reverência, sempre lembrando do Aniversariante.
Girly Paradise Gifs

Uma abordagem crítica sobre EJA – educação de jovens e adultos: sugestões metodológicas

  1. A educação de jovens e adultos: um pouco de história
    1. Contribuição para um Histórico dos Cursos Noturnos
    2. Apresentando o que é EJA - Educação de Jovem e Adulto
    3. Legislação para o EJA
    4. Quem são os Jovens da EJA
    5. Avaliação na E.J.A
    6. Prática Pedagógica
    7. Saber escolar, Currículo e Didática
  2. Reflexões, críticas e sugestões de metodologias e técnicas para a EJA
    1. Sugestões Metodológicas
    2. As Características de Escolas Eficazes
    3. Motivação X Aprendizagem
    4. Exemplos de Atividades Lúdicas para o Aprendizado
    5. A Informática na educação de jovens e adultos -EJA
    6. Outras sugestões de Matemática- Jogos, Atividades e Desafios
  3. Conclusão
  4. Bibliografias consultadas
Este estudo direciona-se à Educação de Jovens e Adultos. Após pesquisas bibliográficas e observações em salas de aula do Programa EJAEducação de Jovens e Adultos, verificou-se que existem um índice relevante de desistências e falta de estímulos para tornar a aprendizagem prazerosa. Dentre as diversas causas que levam à desistência, uma delas pode ser o fator metodologia, ainda mais, considerando que este aluno vem para a escola na maioria das vezes após um dia de trabalho, sem se alimentar corretamente e cansado.
Neste sentido, faz-se necessário que educadores e educadoras atentem para a metodologia, procurando além de associar os conteúdos com o dia-a-dia do aluno, facilitando o processo de ensino e aprendizagem, do mesmo modo que precisam resignificar as diferentes formas de explorar e trabalhar os exercícios estimuladores, alegres, assim o aluno sentirá motivado a vir para a escola e o processo de aprendizado será mais rico, agradável significativo.

Uma abordagem crítica sobre EJA – educação de jovens e adultos: sugestões...

[...] História seqüenciada - exemplos 2.5 A Informática na educação de jovens e adultos -EJA Existe uma distância grande entre o real e o ideal. Isso também se aplica a uma performance qualitativa no uso da informática em prol da educação, especialmente na forma como a atividade da programação de computadores pode contribuir no processo ensino-aprendizagem. Isto, levando em consideração que de acordo com a natureza da atividade, a aprendizagem apresenta os seus processos, os quais apresentam variações e podem ser aplicados à tarefas de naturezas diferentes. [...]

[...] 2.6.7 Atividade 3 Uma área pouco explorada na Matemática em sala de aula é a estatística. Para chegar às tabelas e gráficos é preciso seguir uma seqüência de atividades: 1. coleta de dados; 2. organização dos dados em uma tabela; 3. construção de um gráfico de berras ou de colunas no plano bidimensional; 4. análise da pesquisa com possíveis interferências e comparação com outras pesquisas. Pode-se para isso dar-se um exemplo inicial, e ao final não pode-se esquecer que o gráfico que o gráfico pode ter uma legenda e com certeza precisa estar demonstrado em um plano bidimensional, com título e fonte. [...]

[...] Isto significa que a filosofia da escola não deve ser modificada muito freqüentemente. Os professores e a direção devem ter tempo para se familiarizar com a mudança. Esta realidade colide, às vezes, com as idéias e os interesses de determinadas partes interessadas no contexto da escola: as autoridades, os Conselhos de Educação, os pais, os empregadores. Outra conseqüência é que os diretores das escolas desempenham um papel muito importante no processo de inovação educacional. Uma escola (e com certeza uma escola pública) nunca se encontra isolada no bairro, cidade ou região. [...]

[...] Ao final, fazer uma exposição sobre como ficou o joguinho e deixa-los brincar. Vence o jogo quem completar toda a cartela, premiando o 1º , 2º e 3º lugar. O professor poderá fazer intervenções para enriquecer a aprendizagem dos alunos. Este tipo de brinquedo, além de proporcionar a diversão em si, estará auxiliando o aluno a ler, desenvolver o senso de organização, e aprender a competir. É um brinquedo acessível a todos, o estimula o aluno a fazer o mesmo em sua casa, explicando aos seus irmãos e colegas menores, fixando assim sua leitura, liderança, discernimentos. [...]

[...] Palavras – chave: Jovens, Adulto, Educação, Escola, metodologia, significativo. SUMÁRIO INTRODUÇÃO 6 CAPÍTULO I 8 A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UM POUCO DA HISTÓRIA 8 1.1 Contribuição para um Histórico dos Cursos Noturnos 8 1.2 Apresentando o que é EJA – Educação de Jovem e Adulto 12 1.3 Legislação para o EJA 14 1.4 Quem são os Jovens da EJA 15 1.5 Avaliação na E.J.A 18 1.6 Prática Pedagógica 19 1.7 Saber escolar, Currículo e Didática 27 CAPÍTULO II 30 REFLEXÕES, CRÍTICAS E SUGESTÕES DE METODOLOGIAS E TÉCNICAS PARA A EJA 30 2.1 Sugestões Metodológicas 30 2.2 As Características de Escolas Eficazes 32 2.3 Motivação X Aprendizagem 34 2.4. [...]

Soldado Morto de MV Bill

Aqui estou eu jogado no chão
A nova atração que atrai a multidão
O chão tá quente queimando meu peito
Alguém passa a mão na minha cabeça do lado direito
Enxuga a lágrima que corre no meu rosto
Caí de olho aberto, vendo tudo fosco
Alguém comenta que olho aberto é vingança
Aqui eu era um sábio na terra da ignorância
Ouço gritos, carros, buzina
Vieram ver o bucha deitado aqui na esquina
Decepção pro meu pivete
Ver seu pai morrer aos 17
Muita adrenalina em nome de nada
Meu sangue tá no chão por causa de prosa errada
A minha marra foi lavada de vermelho
O matador não percebe que atirou no próprio espelho
É só pra isso que a gente tem valor
Achar que matou o cara certo que é da sua cor
Guerrilha burra, ignorância cometida
Por causa de inveja, drogas ou intriga
Quando parecer que a comunidade vai ficar tranqüila
Alguém compra meu barulho e invade com outra quadrilha
Mais uma mãe que chora
Mais um filho que vai
Mais um g3 que canta
Mais um amigo que trai
Eu só queria viver
Eu só queria sonhar
Condicionado a trair e a decepcionar
Conheço essa mão alisando meu queixo
É da minha velha que não agüenta e me dá um beijo
Mexe a cabeça de forma negativa
Parece não acreditar que tiraram minha vida
Segura minha mão e olha pro alto
Enquanto o meu sangue se mistura com o asfalto
Várias mulheres com o choro recolhido
Minha mina descobre que não era a única a dormir comigo
Pra alguns alívio
Pra outros, tristeza
Não é o fim da guerra, essa é a única certeza
Ritmo febrozo
A paz não existe
Mas um doido cai, outra família triste
É assim, guerra sem fim
Se arrepender tarde demais como tá sendo pra mim
Sem os amigos
Sem a família
Homem não chora, grande mentira
Minha disposição no meu mundo surreal
Não foi suficiente pra eu virar capa de jornal
E nem destaque no jornal nacional
Muito mau, marginal, coisa e tal, problema social
Pra destruição o cenário perfeito
Drogas, armas na mira de um jovem preto
Sem respeito, sem dinheiro, sem cyclone
Sem nike, sem vida, sem fé, sem nome
Nota 10 pra falta de atitude
Nota 0 pro futuro da juventude
Não tava pronto pra morrer, mas pronto pra matar
Há muito tempo eu não fazia minha mãe chorar
Eu só queria viver
Eu só queria sonhar
Depois que o bonde acelera é difícil frear
Um sorriso entristeceu, um coração não bateu
E o pior é saber que o culpado disso tudo sou eu
Queria o certo no lugar do errado
Observando a minha vida descer pelo ralo
As coisas que eu via acontecendo com alguém
Agora eu percebo que acontece comigo também
A vida passa pela cabeça como se fosse um filme
Nesse momento é notável que eu não era firme
Cadê a sorte, na garagem um scort
Vagabundo dá o bote
De chinelo, sem camisa e short
Desamor, dinheiro, notório
Mulher gostosa e um reinado ilusório
762 na quadrilha daqui, m16 na quadrilha de lá
Moleque bom ambicioso que nem eu
Coincidência é o desejo e a obrigação de matar
Fato estarrecedor
Os inimigos são pobres e da mesma cor (vai vendo)
Enquanto a nossa carne é sublinhada por terra
Alguém mais poderoso se diverte com a nossa guerra
De cada dia, que assusta a tia
Sem pó de antrax e investigação da cia.
Quem é esse louco com essa arma na mão
Que tem como inimigo um cara que parece seu irmão
De olho grande, traidor atrás de fama
Camuflado como amigo, me tratando na escama
Historia conhecida, final sem graça
Destaque na praça, caroçada na carcaça
Não, pra mim não tem mais solução
Nunca senti o chão tão perto do meu coração
Meu deus, quanta gente em volta do meu corpo
Vieram ver o soldado que foi morto
Um lençol azul vai tirando minha visão
Sinto minha coroa ir largando minha mão
Não sabia que eu era tão querido assim
A ponto de fazer várias pessoas chorarem por mim
O fim, já chegou e eu nem me liguei
Se fazia diferença
Mas agora eu sei
Só não tenho condições de mudar
Há muito tempo eu não fazia minha mãe chorar.
Eu só queria viver
Eu só queria sonhar
A sedução me levou e me fez naufragar

"Sala de aula que espaço é esse?" do autor Regis Morais

Resumo estudo

Nesse 1º capítulo, o autor faz referências à etimologia da palavra educar, que significa etimologicamente “levar de um lugar para o outro”, e que realmente hoje o nosso educar deveria ser como o significado etimológico da palavra; pois quando duas pessoas se encontram, há um mútuo “levar de um lugar para o outro”.
Antes podíamos ver alunos em “jaula de aula”, ou seja predominava o autoritarismo, onde a sala era a verdadeira “jaula” que “domesticava” os alunos (mil castrações em razão do autoritarismo).
O autor faz reflexões sobre o ensino religioso em sala de aula; em que muitos professores se apegam ao proselitismo religioso e muitas vezes reproduzem em seu cotidiano as escolas dominicais de suas denominações. Muitos ainda, não aceitam o ensino religioso por vários motivos. Defendem a separação de instituições igreja e Estado.
A sala de aula significou para muitos e ainda às vezes significa uma determinada dominação; entre a existência de um oprimido existe um opressor que no caso seria o professor X aluno. Mas uma coisa é certa “o dominado não se liberta se ele não vier a dominar aquilo que os dominantes dominam; então dominar o que os dominantes dominam é condição de libertação.
A sala de aula deveria ser um lugar de vida, um lugar de relações entre pessoas, objetos e símbolos: com planos próprios e metas ao sentido relacionador da cultura popular.
Pode-se compreender que para haver mudanças, é preciso que o próprio homem mude a sua concepção de mundo e de estar no mundo.
O autor nos deixa claro que o indivíduo deve ser entendido e estudado em sua totalidade e não simplesmente por partes fragmentadas. E que também só o currículo não basta, é preciso estar ligado a tudo o que completa o indivíduo até mesmo em suas diversidades. Ter noção de si mesmo.
[...] Mostra através da parábola que a felicidade não está no ouro e sim no trabalho. Isso nos ensina que o que conta não é só o resultado mas o próprio evento de uma busca do novo. A “sala de aula” é uma das primeiras grandes buscas que cada um de nós empreende. Nessa busca o essencial é a iniciativa, o iniciar algo novo, a liberdade. A conquista da nossa “felicidade” É possível acreditar que a sala de aula deveria ser pensada como um árduo caminho que leva da angustia do labirinto à fundação da liberdade. [...]

[...] Compreender o erro e a ilusão através de seu conhecimento. Saber se auto- conhecer no mundo que nos cerca, através de sua própria condição de estar no mundo e se colocar de maneira ativa, participando e exercendo sua “verdadeira cidadania” E que através de uma sala de aula bem aproveitada tudo isso pode se fazer presente e assim podermos começar a transformar a nossa educação e o mundo que nos cerca. BIBLIOGRAFIA MORAIS, de Regis. Sala de aula: Que espaço é esse? Campinas. Editora Papirus, 8ª ed.. [...]

[...] O ser humano é inesgotável, há muitas formas de estarmos alcançando o ponto máximo da educação. Dessa forma educar é estar com o outro, humanizando-se através da educação. 2 - “ENTRE A JAULA DE AULA” E O “PICADEIRO DE AULA” É fácil analisar o tema acima diante do processo que se teve e hoje se tem em sala de aula. Primeiramente é que construímos um mito “quem sabe mais” é o que pode mais; e a educação em sala de aula não se dá dessa forma, é preciso construir um “clima” entre ambos (professor/aluno), o amor, a reciprocidade. [...]

Abordagem sobre o tema da violência no conto "O COBRADOR" de Rubem Fonseca e na música "Um crioulo revoltado com um arma" de MV Bill

Abordagem sobre o tema da violência no conto "O COBRADOR" de Rubem Fonseca e na música "Um crioulo revoltado com um arma" de MV Bill
  1. Vislumbrando os objetos de estudo
    1. O conto
    2. O movimento hip-hop
    3. O cantor
    4. A música
    5. A comunidade
    6. A escola
  2. Conhecendo os aspectos sociais
    1. Violência
  3. Estabelecendo as relações
    1. Análise da relação entre o conto e a música
    2. O discurso do oprimido
    3. A intertextualidade ou intersemótica
  4. Empregando a literatura como instrumento de redução da violência escolar
    1. Levantamento de dados
    2. Análise dos dados
    3. Propostas de atividades
    4. Relato de experiências
  5. Conclusão
  6. Referências bibliográficas

Resumo estudo

Este trabalho monográfico propõe-se a analisar o tema violência abordado no conto “O COBRADOR” de Rubem Fonseca e na música “Um crioulo revoltado com uma arma” letra de autoria do cantor MV Bill. A proposta baseia-se no estudo do estilo próprio de Rubem Fonseca, enfocando o texto como um intertexto. Para tanto serão analisados no conto e na letra da música , o foco narrativo, o tipo de discurso, a abordagem do tema reafirmando a idéia de denúncia através da arte e não da violência.

A partir daí, apresenta-se uma proposta de desenvolvimento de habilidades literárias, através da elaboração e execução de projetos que implementem ações no campo da discussão do assunto. A linguagem da escola, contextualizada com a linguagem juvenil, pode ser um elemento transformador de comportamentos indesejáveis.

A metodologia empregada para elaboração do trabalho consiste em pesquisa de campo realizada através de aplicação de questionário objetivo a alunos do Colégio Estadual Polivalente San Diego em seguida análise dos resultados obtidos e pesquisa bibliográfica registrando abordagens feitas pelos seguintes teóricos: TEIXEIRA & PORTO (1998), FONSECA (1979 ), ECO (1998), BARTHES ( 1987), RICHARD (2005) SILVA (2004), entre outros.

Pretende-se com este estudo apresentar uma modesta contribuição para o leitor a respeito da abordagem do cotidiano da violência na obra literária, especificamente no conto O Cobrador de Rubem Fonseca e a utilização da literatura como instrumento de contribuição para amenizar o problema da violência escolar.

extratos mais Abordagem sobre o tema da violência no conto "O COBRADOR" de Rubem Fonseca e na música...

[...] Ela ergue os braços magros cobertos de finas pelancas para o alto, junta as mãos e diz, oh meu Deus, como vos agradeço! Estamos no meu quarto, em pé, sobrancelha com sobrancelha, como no poema, e tiro a roupa dela e ela a minha e o corpo dela é tão lindo que sinto um aperto na garganta, lágrimas no meu rosto, olhos ardendo, minhas mãos tremem e agora estamos deitados, um no outro, entrançados, gemendo, e mais, e mais, sem parar, ela grita; a boca aberta, os dentes brancos como de um elefante jovem, ai, ai, adoro a tua obsessão!, ela grita, água e sal e porra jorram de nossos corpos, sem parar. [...]

[...] O questionário 2, deveria ser respondido após ler o conto “O Cobrador” e ouvir a música “Um crioulo revoltado com uma arma”. Os alunos foram orientados de que não seriam respondidas quaisquer dúvidas sobre as questões, para não interferir no resultado da pesquisa; valeria marcar apenas uma questão, sob pena de anulação da mesma e não havia necessidade de identificação. 4.1.4 MATERIAIS UTILIZADOS Foram utilizados os seguintes instrumentos de avaliação: 90(noventa) folhas de papel tipo A4 , 45(quarenta e cinco) cópias do conto “O Cobrador” e 20(vinte) cd’s contendo a música “Um crioulo revoltado com uma arma”. [...]

[...] A empregada me abriu a porta e gritou lá para dentro, é o bombeiro. Surgiu uma moça de camisola, um vidro de esmalte de unhas na mão, bonita, uns vinte e cinco anos. Deve haver um engano, ela disse, nós não precisamos de bombeiro. Tirei o Cobra de dentro da caixa. Precisa sim, é bom ficarem quietas senão mato as duas. Tem mais alguém em casa? O marido estava trabalhando e o menino no colégio. Amarrei a empregada, fechei sua boca com esparadrapo. [...]

[...] "As migrações, a tolerância e o intolerável", in: Cinco escritos morais. Rio de Janeiro: Record, 1998. FARIA, Alexandre. Literatura de subtração: a experiência urbana na ficção contemporânea. Rio de Janeiro: Rio Virtual Papiro Editora, 1999. FIGUEIREDO, Vera Lúcia Follain. "Lúcia McCartney ou as relações intransitivas". In: Matraga. Rio de Janeiro: CEPUERJ, vol. 1, nº 3/4, 1987. -------------. "A cidade e a geografia do crime em Rubem Fonseca". In: Literatura e verdade, no.1. São Paulo: USP, 1996. FONSECA, Rubem. O cobrador. [...]

[...] INTRODUÇÃO O objetivo desta monografia é analisar o tema violência abordado no conto O COBRADOR de Rubem Fonseca e na música “Um crioulo revoltado com uma arma “letra de autoria do cantor MV Bill. Situar o conto e a música como exemplo de discurso do povo oprimido e os autores Fonseca e Bill como porta-vozes desta denuncia; ao mesmo tempo, propor através da literatura formas de trabalho significativo que atendam as reais necessidades da escola no campo da redução da violência que ronda os espaços escolares. [...]

sábado, 27 de novembro de 2010

O ensino da poesia e a expressividade oral

 Aparecida Vaz Primo*

A origem da poesia se confunde com a origem da própria linguagem. Ela é a forma especial de linguagem que transmite emoções, e também uma das mais antigas formas literárias que se caracteriza pela linguagem sugestiva, conotativa, metafórica, figurada e criativa. A poesia é importante para manter a língua viva e vigorosa.
Há muitas maneiras de ensinar poesia, mas quando o ensino visa a expressividade oral o professor precisa demonstrar entusiasmo, ser sensível ao conteúdo do texto poético, mexer com o emocional do aluno, ser um porta-voz da mensagem do poeta. Para motivar o aluno não basta a indicação de um texto poético. É necessário que ele se sinta fascinado pelas várias situações de leitura criadas pelo professor que o leva a identificar as imagens e metáforas, e a descobrir o que elas representam no texto.
É preciso resgatar o corpo e a voz para resgatar também a poesia em sala de aula. Por isso, as atividades devem despertar sensorialmente para a leitura e audição de poemas: atividades de representação mímica e de experimentação de sonoridade de palavras e de instrumentos. Atividades para desenvolver a entonação, timbre de voz, gestos fisionômicos, corporais e postura, cooperando para a formação de um todo expressivo. Os gestos, voz e suas inflexões e a fisionomia devem regular-se de modo a completar adequadamente o que a pessoa deseja dizer.
Diante dos poemas o aluno deve reagir, questionar e apreciar com criticidade. Na hora da criação do poema é preciso concentração, recolhimento, iluminação, motivação de ordem interior e exterior e cumplicidade. Nesta hora, o professor deve ajudar o aluno a transmitir ideias e sensações utilizando os valores sonoros e o poder sugestivo das palavras combinadas entre si. O aluno deve estar preocupado com o ritmo do poema, com a sonoridade das palavras no contexto da ideia. O tema precisa ser desenvolvido de forma original, nova e impactante.
O ensino da poesia quando realizado de maneira viva e atraente representa um dos meios eficazes para a perfeita educação da linguagem, pois o pensamento só se completa e adquire clareza e precisão quando objetivado pela expressão oral. Primeiro, porque o contato com as palavras numa linguagem literária, com rima, versos e musicalidade incentiva a desenvoltura e a expressividade oral. Depois, porque a poesia revela sensibilidade e está ligada ao desenvolvimento da criatividade e da compreensão da linguagem. Além disso, através da poesia o aluno aprende a reconhecer, compreender e dar significado às palavras. O vocabulário enriquece, pois o aluno aprende novas expressões no contexto em que elas devem ser usadas.
Nossos alunos têm um bloqueio com relação ao ato de escrever, expressam-se mal, mas se os professores desenvolverem todas as atividades citadas estarão estimulando o resgate da poesia e da expressividade oral na escola. Esse é um dos objetivos do Plano de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado de Educação do Paraná.
* Aparecida Vaz Primo é professora em Londrina

A Lingüística Atual e o Ensino de Línguas

Jorge Campos / PUCRS

A Lingüística de hoje é uma área marcada por pesquisas intensas
em cada subteoria e em suas relações interdisciplinares. Após o advento de duas grandes
revoluções no século XX, o Estruturalismo de Saussure e Bloomfield e o Gerativismo de
Chomsky, as áreas da Fonologia/Morfologia/Lexicologia/Sintaxe/Semântica/Pragmática
foram sendo, gradativamente, constituídas como ramos especializados da Teoria
Lingüística, até atingirem o sofisticado status técnico que apresentam atualmente. Da
mesma forma, na relação com outras disciplinas científicas, vê-se um enorme crescimento
da Psicolingüística, Sociolingüística, Lingüística Computacional, etc. Em que sentido, isso
produz impactos sobre a metodologia do ensino de línguas?
Inicialmente, há que se considerar que a tradição de ensino de
línguas, desde o período clássico, com o Grego e o Latim, representa uma tendência de
valorizar formas lingüísticas entendidas como padrão em relação a outras, consideradas
populares em sentido amplo. Isso implica que há um conjunto de normas a serem seguidas,
de modo a propiciar o domínio, por parte de todas as classes sociais, do idioma materno
num certo nível de organização. A conseqüência histórica disso é o que chamamos de
Gramática Tradicional. Este instrumento de ensino de línguas atravessa os séculos e, ainda
hoje, possui um sólido enraizamento nas escolas com grande repercussão sobre a escrita em
todos os contextos em que ela é exigida, como vestibulares e concursos em geral. Em que
sentido, tal Gramática é desejável e eficiente?
Primeiramente, trata-se de não confundir a ciência da linguagem
com a normatização de um padrão lingüístico. A primeira tem sua preocupação voltada
para a descrição e explicação do fenômeno da linguagem em sua natureza humana. Trata-se
de investigar o que é a capacidade da linguagem, como se a adquire e como se a põe em
uso; a segunda caracteriza-se por uma atividade de regulamentação social do uso da
linguagem, visando a uma padronização de formas, especialmente para a dimensão escrita.
As duas atividades, em suas funções e objetivos, podem conviver sem nenhum conflito
desde que sejam coisas distintas, uma em sua natureza científica, outra em sua natureza
social. Por que, então, o desenvolvimento da teoria lingüística parece coincidir com uma
certa crise no ensino de línguas?
Os gramáticos, desde o período clássico, foram, na verdade os
primeiros sistematizadores do fenômeno lingüístico e, nesse sentido, precursores da ciência
lingüística. Quando a disciplina atingiu o status de ciência, sustentada por evidências
empíricas e por leis formais, a velha gramática deveria ser ajustada ao novo quadro. Ou
seus fundamentos eram consistentes com o que se sabia cientificamente, ou ela corria o
risco de se tornar vácua. Os professores tradicionais, nesse contexto, ficaram um tanto
confusos, misturando os aspectos descritivos da velha gramática com suas formulações
normativas. A descrição tem uma natureza diversa das prescrições. A primeira constitui-se
numa abordagem do fenômeno lingüístico como ele é; as segundas, da língua como ela
deveria ser em seu uso social. Dado um certo caráter de valorização da ciência, rapidamente
muitos professores partiram para uma crítica à Gramática Tradicional, denunciando-a em
suas fragilidades e inconsistências à luz da Lingüística. Aparentemente, o ensino de línguas
deveria ser baseado nas investigações rigorosas de hoje, descartando-se a descrição
tradicional. Seria isso possível?
Na verdade, trata-se de colocar o problema de forma mais
adequada. A ciência lingüística não pode ter preocupações com o tipo de expressão escrita
que deve ser assumida na documentação de qualquer espécie, porque isso é uma decisão da
ordem da política educacional e cultural de um país. Cabe aos legisladores e homens de
cultura examinarem as exigências de padrão lingüístico nos textos, como o nível de
aceitação de neologismos ou estrangeirismos, por exemplo. Ao cientista, cabe manter a
consistência e o rigor da investigação em que a linguagem, não cada língua, é o objeto de
conhecimento. Obviamente, não deveria haver incompatibilidade entre os fundamentos
descritivos da Gramática e os resultados científicos conquistados. Aceita-se, hoje, por
exemplo, que a linguagem tem uma base inata. Nasce-se com a competência para adquirir
uma língua e esse aprendizado tem suas regras de evolução, especialmente até a maturação
do processo no cérebro/mente. Tal conhecimento, diríamos neurolingüístico, não pode ser
desconhecido pelos educadores. Há um certo consenso de que as formas da sintaxe das
diversas línguas são fundamentadas em princípios universais e parametrizadas de maneira
particular em cada língua. Se isso é verdade, então os professores de língua não deveriam
ignorar tais resultados científicos em seu trabalho na área social da linguagem. Que
conseqüências se seguem disso?
É mais simples do que parece, na teoria, e mais complexo do
que se pensa, na prática. Basta que as Gramáticas tradicionais sejam fundamentadas
cientificamente em suas bases descritivas e que haja um planejamento mais racional sobre a
normatização da escrita. Não se poderia, no primeiro caso, ignorar o que a Lingüística
desenvolveu ao longo dos últimos cem anos e não se pode desconsiderar a evolução da
escrita nas mídias mais complexas, eletrônicas ou de massa, no segundo. Qual a implicação
de tal contexto tecnológico para o ensino de línguas?
O livro clássico era a base para a padronização do uso de uma
língua. Os literatos desde a tradição clássica eram as fontes do bem escrever, conforme toda
a gama de citações das velhas gramáticas. Ocorre que, hoje, o livro de ficção literária não é
mais o centro de toda a formação cultural do indivíduo. Os desenvolvimentos científicos e
tecnológicos nos oferecem um complexo contexto de linguagens altamente sofisticadas,
desde a televisão, o rádio, os jornais e as revistas, na cultura dita de massa, bem como os
chats e os e-mails da cultura eletrônica. Hoje precisamos ser orientados para ler na era
digital, ou o que se poderia chamar de navegar pela linguagem. Não é possível ignorar-se
essa fantástica variedade lingüística no ensino de línguas. Nesse contexto, o novo
instrumento, que viesse a substituir a velha gramática, no nobre trabalho de favorecer a
competência e o desempenho no uso da linguagem, deveria incorporar os resultados da
ciência lingüística em seus fundamentos e reformatar os padrões de normatização na era da
escrita digital.
E o que dizer sobre a fala e sobre a globalização da linguagem
nesse cyberspace ? well, isso já é um outro domínio, na proposital ambigüidade do termo.
Referências informais para as considerações acima:
Cours de Linguistique Générale de Ferdinand de Saussure
Knowledge of Language de Noam Chomsky
Philosophy of Linguistics de Jerrold Katz
Língua e Liberdade de Celso Luft
Gramática do Português Contemporâneo de Celso Cunha

A LINGÜÍSTICA ONTEM E HOJE

Daniela Araujo
 
RESUMO: Este trabalho escreve sobre a importância dos estudos em Lingüística,
enfatizando os estudos de Ferdinand de Saussure(1974), fazendo um breve
panorama histórico de seu percurso como ciência e ressaltando a sua importância
na interface com outras áreas de conhecimento, com diferentes tipos de pesquisa
científica.
ABSTRACT: This paper writes about the importance of studies in Linguistic,
emphasizing the studies of Ferdinand de Saussure(1974),making a brief historical
panorama of its pathway as science and highlighting its importance on the interface
with other areas of knowledge, with different kinds of scientific research.
PALAVRAS-CHAVES: Lingüística, interface, Saussure.
KEYWORDS: Linguistic, interface,Saussure.
“É na linguagem e pela linguagem que o homem se constitui”. Essa
afirmação de Émile Benveniste( 1995) resume bem a importância da
Lingüística como uma ciência. A linguagem é um mistério e para
tentar entendê-lo, decifrá-lo, precisamos da própria linguagem. É a
única ciência que explica seu objeto de estudo com seu próprio objeto
de estudo e isso é o que fascina nos estudos lingüísticos.
Ao assistirmos a um filme, a uma novela, ao lermos um livro, uma
propaganda, estamos atiçando nosso senso de cientistas da
linguagem, pois sabemos que há mais coisas que não são ditas, mas
que o dito deixa pistas, sabemos que nada do que é escrito ou dito é
“ingênuo”, pois sempre há uma intencionalidade, sempre se diz algo
a alguém (mesmo que seja para nós mesmos), sempre escolhemos
como dizer o que queremos dizer e sempre queremos saber por que
foi que alguém disse o que disse e da maneira que disse.
O ser humano é curioso e busca explicações para tudo. Pensar em
linguagem é complexo, pois envolve subjetividade. Sabemos que há
diferentes tipos de linguagem, a comunicação pode ser gestual, pode
ser visual ,mas focamos aqui somente a verbal, já que esta é muito
intrigante. É mais do que produção articulatória. Daí o motivo de
tantas linhas de pesquisa em relação à linguagem. Pode-se até
pensar que Lingüística hoje deveria ser rotulada como “Estudos de
Linguagem”, já que há um vasto campo de teorias que discorrem
*
Mestre em Letras pela PUCRS
sobre o mesmo tema, deixando de ser apenas um campo
investigativo restrito. Teorias discursivas, formais, pragmáticas,
enunciativas, funcionalistas, cognitivistas, enfim, muitos tentam
explicar o funcionamento do objeto misterioso língua (parte da
linguagem), pois sabemos que entender todo o processo que nela se
insere é justificar o ser humano em suas ações, pois há uma relação
muito estreita entre a linguagem e o homem, como foi afirmado
anteriormente.
Sabe-se que no decorrer dos anos a Lingüística vem sofrendo um
desenvolvimento muito veloz. Há produções em diferentes níveis de
investigação. Muitas áreas, como a Psicologia, a Neurociência, a
Fonoaudiologia, a Comunicação estão se apropriando dos estudos
descritivos e analíticos da Lingüística para solucionar seus problemas
particulares. Hoje, sabe-se, por exemplo, que as emoções estão em
uma parte do cérebro, que envolve a linguagem. Sabe-se também
que fatos marcantes da pessoa, traumas experimentados são
refletidos na linguagem, é possível até investigar problemas de
gagueira a partir do embasamento teórico fornecido pela Lingüística.
Enfim, vários estudos científicos estão conectados aos estudos
lingüísticos, há uma interface entre diversas áreas, além da própria
interface na Lingüística.
Podemos dizer que existe uma interface externa da Lingüística e
uma interface interna. Na primeira interface, atuam as ciências
formais, as ciências sociais e as ciências naturais. As ciências formais,
que tem como representante, dentre outros,Wittgeinstein (1996),
com sua obra Investigações Lógicas, em que afirma que há jogos de
linguagem, explica que a linguagem tem relação com a Lógica, que
há uma semântica de condições de verdade. Para as ciências
naturais, cujo grande nome é Noam Chomsky(1969), a linguagem é
vista como parte biológica do ser humano, é algo inato e todos a têm,
por isso há uma generalização de regras gramaticais. O ser humano
possui um conjunto de regras inatas gramaticais, que podem variar
em alguns contextos (a teoria dos princípios e parâmetros explica
bem isso). Já as ciências sociais, que tem Saussure(1974) como
grande nome, vão além de um estudo formal, de superfície, e
analisam o sujeito produtor da língua. Embora Saussure não explore
a fala, apenas a língua, sua teoria abre portas para outras
investigações, como a teoria enunciativa, que se aproveita do
estruturalismo saussureano e constrói uma teoria que envolve língua
e ser humano, indo além das frases, do texto.
Pensando na interface interna da Lingüística temos diferentes áreas
de pesquisa. Há investigações no campo da Fonologia, que
investigam as variações dialetais, as produções sonoras, dentre
outras questões. Há investigações no campo da Morfologia, que
estudam, por exemplo, a construção da palavra, sua formação, há
investigações no campo da Sintaxe, que analisam, por exemplo, a
frases como sendo um conjunto de partes, há investigações no
campo da semântica, que estudam o significado e que geram muita
fonte de pesquisa, visto ser difícil definir tal conceito. Alias, por existir
tal dificuldade, surge a Pragmática, que investiga o significado que
está além do dito. Dentro dessa interface interna, destacamos os
estudos lingüísticos do texto, que surgiu analisando apenas
estruturalmente o texto como unidade frasal- era quase uma análise
sintática de várias orações- e agora analisa muito além disso,tendo
como embasamento diferentes teorias, sejam funcionalistas,
discursivas, enunciativas, enfim, há muitos estudos sobre o objeto
texto ,num nível lingüístico, e todos são interessantes. Vale destacar
os estudos de Beaugrande e Dressler, com os fatores de textualidade,
além de Halliday e Hassan, que introduzem noções de coesão e
coerência, até hoje investigadas.
O teórico Almeida(2003) apontou em seus estudos um breve
panorama do percurso da Lingüística.De acordo com ele, da origem
grega, antigüidade clássica, passando pela Idade Média, até o
Renascimento, o que predomina como núcleo do interesse lingüístico
são, por exemplo, problemas de descrição e de definição referentes à
essência da linguagem e às categorias das línguas. Até o
Renascimento aqueles que se ocuparam de línguas teorizaram sobre
a linguagem e freqüentemente descreveram língua embasados no
que já fora teorizado. Da era renascentista até o século XVIII há
predominância do interesse histórico-comparativo sem, obviamente,
ignorar por completo a teoria e descrição. No Renascimento, por
exemplo, os estudos estão voltados para a comparação entre
diversas línguas e, também, entre fases históricas de uma mesma
língua, e se procura a explicação de fatos históricos.
Durante o século XVII, porém, os estudos da linguagem são
fortemente marcados pelo racionalismo, de acordo com Almeida. Os
pensadores da época concentram-se em estudar a linguagem
enquanto representação do pensamento e procuram mostrar que as
línguas obedecem princípios racionais, lógicos. A meta que esses
estudiosos querem atingir é a língua-ideal, língua universal, lógica,
sem equívocos, sem ambigüidades, capaz de assegurar a unidade da
comunicação do gênero humano. Há uma gramática que é tida como
modelo por grande número de gramáticos do século XVII: é a
Gramática de Port Royal,
também chamada Gramática Geral e
Racional
Arnauld (escrita por volta do terceiro quartel do século XVII). A
contribuição talvez mais interessante dessas gramáticas gerais para a
Lingüística tenha sido justamente a de estabelecer princípios que não
se prendiam à descrição de uma língua particular mas de pensar a
linguagem em sua generalidade.
O século XVIII, época da gramática geral e da descrição de línguas
modernas, é caracterizado pela retomada dos temas discutidos com
maior ênfase até o Renascimento. Quer dizer: a teoria e descrição
prevalecem novamente, enquanto a história e comparação tornam-se
assunto de interesse secundário.
O século XIX é o momento da lingüística histórica e das gramáticas
comparadas. A contribuição dessas gramáticas foi evidenciar que as
mudanças das línguas são regulares. Pode-se dizer, então, conforme
Almeida, que este século representa um retorno ao principal interesse
que estava em primeiro plano no Renascimento: a comparação e a
história, colocando o tema teórico-descritivo num patamar de menor
importância.
No século XX os interesses lingüísticos voltaram-se para a teoria e
descrição, retomando, assim, a temática que predominara no século
XVIII. Como é sabido, tanto no Renascimento quanto no século XIX o
que prevaleceu foi o historicismo. Dessa forma a lingüística,
naturalmente, não podia ser de natureza diferente.
Atualmente, pode-se afirmar que há, como já foi citado
anteriormente, um campo de interfaces entre diferentes áreas de
conhecimento, tornando a Lingüística uma ciência ampla, onde há
muitos estudos sobre a linguagem.
Importante destacar o que Benveniste,citado anteriormente,
apresenta em sua obra: há uma diferença entre ciência da linguagem
e ciência da língua, pois a linguagem, faculdade humana, inata e
universal do homem, não é a mesma coisa que a língua, que é
particular e variável. A Lingüística se ocupa de estudar os fenômenos
da língua, porém o que ocorre é que os problemas infinitamente
diversos das línguas têm em comum o fato de que, a um certo grau
de generalidade, põem sempre em questão a linguagem. Pensar nisso
tudo é lembrar de Ferdinand de Saussure, que simboliza um marco
no percurso dos estudos lingüísticos, pois foi com ele que a
linguagem virou objeto de um estudo mais preciso, mais cientifico e
objetivo. Suas concepções teóricas ficaram conhecidas após sua
morte, a partir de 1916, com a publicação do livro “Curso de
Lingüística Geral”, elaborado a partir de notas e aulas
comentadas,informações tiradas pelos alunos, nos vários cursos que
ministrou. Passados anos, foi publicado o material original do teórico,
com suas próprias anotações, suas próprias defesas teóricas.
Entretanto,é o primeiro livro que se destaca na história dos estudos
da linguagem humana.
Apesar de não haver uma organização seqüencial muito delimitada,
por serem anotações de aulas, ou seja, muitas vezes o que era dito
numa aula, poderia ser reformulado em outra, lendo o “Curso de
Lingüística Geral”, conseguimos perceber a visão saussureana de que
linguagem é algo vivo. A Lingüística deixa de ser um estudo com
perspectiva histórica e passa a ter um valor diacrônico e sincrônico.
Estudar a linguagem não envolve apenas conhecer seu panorama
histórico, pois, de acordo com Saussure( 1974), a língua, por ser
fonte viva, pode ser avaliada sincronicamente, existente com um
estado,um momento no tempo, isto é, não precisamos mais contar
toda história d a língua para saber com ela está.
A grande idéia do teórico é a de que a língua é um sistema e seu
elemento não pré-existe ao sistema de qual ele faz parte. A língua é
uma estrutura organizada que envolve não somente traços físicos,
articulatórios, mas também aspectos sociais. De acordo com
Saussure, a Lingüística deve investigar as manifestações da
linguagem humana, sejam individuais ou sociais. Para não deixar
muito amplo, é preciso tornar a língua a norma de todas outras
manifestações da linguagem, já que é seu produto social, é um
depósito pertencente a todos os seres humanos. Como se sabe, a
linguagem é multifacetada (envolve físico, psicológico, fisiológico,
individual e social) e heteróclita. A língua é um sistema de signos,
parte social da linguagem que não pode ser modificada facilmente
pelos indivíduos, pois obedece a um contrato social. O conjunto
linguagem-língua inclui a fala, que é o ato individual, é o jeito de
cada falante utilizar o código da língua. Para Saussure, língua e fala
são inseparáveis, só falamos porque há língua, só existe língua pelo
exercício da fala. Ambas são objetos concretos.
O teórico analisa a linguagem como algo duplo, conforme afirma
Benveniste(1995), já que se forma por duas partes, cada uma das
quais não tem valor a não ser pela outra ( há idéia de relação). Em
outras palavras, Saussure não trata o estudo da língua como
dicotômico, conforme se pensara até então, mas como relação, algo
só existe a partir de outro algo. Tudo tem relação para Saussure e
escrever sobre os estudos lingüísticos é escrever sobre a língua e a
fala, sobre o individual e o social, sobre o paradigma e o sintagma,
enfim, estudar a língua é estabelecer relações.
Conforme já dito, a língua se relaciona com a fala, pois não tem
realidade em si própria para além de sua realidade como refletor do
sistema subjacente de uso lingüístico aceitável, conforme afirma
Crystal(1988), que também argumenta que é isto que conduz ao
conceito de fala, o real, o concreto, o individual: a atividade
psicolingüística controlada (ou pelo menos controlável) que ouvimos.
É uma atividade, segundo Crystal, pessoal, dinâmica e social que
produz num tempo e num lugar específicos e numa situação
especifica (opondo-se à língua, que é independente de qualquer
manifestação da fala). A língua só pode ser analisada a partir de
várias falas, a fim de criar regras generalizadas. Só se constrói
ciência generalizando normas.
A noção de signo lingüístico criada por Saussure é a chave para os
estudos da linguagem. Ao falar em signo não se pode deixar de lado
as observações do teórico sobre articulação, som e língua. As sílabas
que se articulam são impressões acústicas percebidas pelos ouvidos,
mas os sons não existiriam sem os órgãos vocais. Não se reduz a
língua ao som, nem separamos o som da articulação vocal.
Reciprocamente não se pode definir os movimentos dos órgãos vocais
se fizer abstração da impressão acústica. De acordo com Saussure, o
som não passa de um instrumento do pensamento e não existe por si
mesmo. O som é uma unidade complexa acústico-vocal que forma
com a idéia uma unidade complexa fisiológica e mental. Para atribuir
à língua o primeiro lugar no estudo da linguagem, o teórico afirma
que a “faculdade- natural ou não- de articular palavras não se exerce
senão com a ajuda do instrumento criado e fornecido pela
coletividade; não é então ilusório dizer que língua que faz a unidade
da linguagem” (1974:18).
O signo, objeto de estudo da lingüística, une o conceito a uma
imagem acústica (não é uma coisa que une a uma palavra). A
imagem acústica é a representação virtual da palavra, uma
impressão desta. Tal imagem é sensorial, material. O signo pode ser
definido como o resultado da associação de um significante a um
significado. Este, para Saussure, quer dizer conceito. A natureza do
signo lingüístico é arbitrária, pois não tem relação natural com a
realidade.Vale ressaltar que entre o significante e o significado o laço
não é arbitrário, ele se torna necessário, a arbitrariedade é entre o
signo e a realidade. O falante não pode mudar de uma hora para
outra o significante de um conceito, pois é algo imotivado, ou seja, o
conceito “mesa” se forma conscientemente com o conjunto fônico
“m-e-s-a”. Para Benveniste (1995), o significante, o significado, a
representação mental e a imagem acústica são na verdade as duas
faces de uma mesma noção e se compõem juntas como o
incorporado e o incorporante. O significante é a tradução fônica de
um conceito; o significado é a contrapartida mental do significante e
é a consubstancialidade entre o significado e o significante que ocorre
a unidade estrutural do signo lingüístico.
Outra relação estabelecida por Saussure é entre sintagma e
paradigma. Qualquer frase, para o teórico, é uma seqüência de
signos, em que cada signo contribui com algo par ao significado do
todo e em que cada um se opõe a todos os outros signos da língua.
Ou seja, um signo é o que outro não é. Há uma relação sintagmática,
isto é, uma relação linear entre os signos que estão presentes na
frase. Ao dizer “eu amo chocolate”, há uma relação entre os signos
que estão ordenados de um modo especifico para provocar uma
significação especifica. As relações também podem ser
paradigmáticas, ou seja, relação entre um signo presente numa frase
e outro que não esteja presente nela, mas que existe na língua e que
poderia ser utilizado no lugar. Ao invés de “chocolate”,poderia ser
“maça”e a relação continuaria valendo,pois os dois signos podem ser
considerados pertencentes a um mesmo conjunto,a um subsistema.
Ou seja, é feita uma escolha de qual signo usar em cada posição. O
seu valor é em relação aos outros signos usados na frase. Para
Saussure, o significado é definido pelas relações paradigmáticas e
sintagmáticas, a linguagem é uma vasta rede de estruturas e
sistemas.
Benveniste resume bem a importância de Saussure ao afirmar que
este foi quem mostrou que a linguagem em si mesma não comporta
nenhuma dimensão histórica, de que é sincronia e estrutura, de que
só funciona em virtude de sua natureza simbólica.
Benveniste retoma as dualidades de Saussure envolvendo a
linguagem, mostrando que nenhum termo oposto tem valor pos si
mesmo ou remete a uma realidade substancial, mas tem valor por se
opor a algo. Assim, a linguagem não oferece nenhuma de suas
manifestações uma substância, mas somente ações combinadas ou
isoladas de forças fisiológicas, psicológicas, mentais; e, como afirma
o teórico, é claro que não podemos tornar como objeto da analise
lingüística um fato material, por exemplo, um segmento de um
enunciado ao qual não se prenderia nenhuma significação,
considerando-o com simples produção do aparelho vocal ou uma
vogal isolada. Não temos uma substância, mas uma operação de
abstração e de generalização para definirmos e delimitarmos o objeto
do estudo. Interessa, a partir de Saussure, a famosa frase: “é o
ponto de vista que cria o objeto”.
Tal noção é de suma importância para os estudos da linguagem, é
uma grande contribuição teórica, pois as coisas só existem depois de
decidirmos isso. É o método que cria o objeto. A partir disso, é
possível conceber tantas teorias sobre o mesmo assunto “linguagem”,
e respeitar todas, já que cada uma defende sua posição teórica a
partir de uma metodologia escolhida para aplicação. Como se
percebe, Ferdinand de Saussure não foi importante apenas com sua
teoria, mas também com sua metodologia. Os estudos de Lingüística
mudaram a partir do “Curso de Lingüística Geral”. Aberta essa porta,
muitos estudos seguem sendo feitos. Hoje,conseguimos entender
como o ser humano processa seu pensamento, a partir da linguagem,
conseguimos entender a noção de subjetividade, a partir de estudos
lingüísticos. Enfim, entendemos que o século XXI promete ser o
século da pesquisa lingüística voltada aos problemas
subjetivos,sendo,portanto fundamental o processo de interface que
vêm ocorrendo entre diferentes áreas de conhecimento,a fim de uma
servir de suporte a outra.
A linguagem é a via de comunicação entre os seres humanos e,
por isso, entende-se que há muitos estudos ainda a serem realizados
sobre tal assunto, já que compreender o ser humano e suas ações
não é tarefa fácil.É preciso muitos teóricos a serviço disso e o ponto
de partida continua sendo a palavra, pois no princípio era o Verbo.

REFERÊNCIAS

SANTIAGO-ALMEIDA, Manuel Morivaldo.
algumas reflexões.
<ou Razoada>, dos franceses Claude Lancelot e AntoineIdéias lingüísticas:Cuiabá: UFMT, 2003, Vol. 6. p. 33-45.
CHOMSKY.Noam.
1969.
CRYSTAL, David.
Janeiro: Jorge Zahar,1988.
BENVENISTE, Emile.
Campinas:Pontes, 1994.
SAUSSURE, F.
WITTGEINSTEIN,L.
1979.
Aspects of theory of syntax. Harvard: Mit Press,Dicionário de lingüística e fonética. Rio deCurso de Lingüística Geral. Volumes 1 e 2.Curso de Lingüística Geral. São Paulo, Cultrix,1974.Investigações filosóficas. São Paulo: Abril,
*

O capitalismo real: a prática

No modelo de Smith, há uma ordem econômica natural que produz o bem maior. A interferência do governo interrompe essa ordem natural. Veja a seguir como funciona esse modelo.
  • Há uma classe proprietária - os meios de produção (capital) são possuídos apenas por poucas pessoas (capitalistas) que podem pagar por eles. Entre os meios de produção estão máquinas, fábricas e terras.
  • Há uma classe trabalhadora - o povo (trabalhadores) usa o capital para produzir bens e não tem posse de tal capital. Os capitalistas pagam os trabalhadores com salários (dinheiro) e não com os produtos que os trabalhadores produzem. Os trabalhadores usam esse dinheiro para comprar os bens que quiserem. Dessa maneira, ninguém que adquira bens (o consumidor) tem qualquer conexão real a tais bens.
  • O cálculo racional do lucro orienta a produção - os capitalistas tentam avaliar o mercado e reajustar a produção adequadamente, de modo a realizar o maior lucro possível.
  • A sociedade é composta de consumidores - devido às pessoas não estarem ligadas aos bens que produzem, o processo de compra, e não de criação, torna-se o modo principal de como as pessoas se definem.
  • Quanto mais lucro os capitalistas produzem, mais bens são produzidos. Quanto mais bens os capitalistas produzem, menores os preços desses bens. Quanto mais baixos os preços dos bens, mais as pessoas podem comprar e mais alto o padrão de vida em toda a sociedade.
O único papel real do governo no capitalismo é manter a paz e a ordem para que a economia possa funcionar sem interrupções. Esse sistema econômico de laissez-faire (anti-interferência) depende de redes de produtores, consumidores e mercados interconectados e auto-regulatórios que operem segundo os princípios de oferta e demanda.
Essencialmente, quando mais pessoas querem algo, a oferta diminui e o preço aumenta. Quando menos pessoas querem algo, a oferta aumenta e o preço diminui. No fim das contas, tudo é uma questão de alcançar lucro. O lucro resulta da obtenção ou produção de bens por um preço menor do que o preço de venda. Esse valor principal do capitalismo vem de uma prática conhecida como mercantilismo.

Na próxima página, veremos de que maneira o capitalismo deve sua existência à propagação do islamismo do Oriente Médio para a Europa (em inglês).

Terminologia do capitalismo

Capitalismo financeiro
- sistema econômico em que o produto é o dinheiro, e não bens. Os lucros são obtidos por meio da compra e venda de moedas estrangeiras e produtos financeiros como ações e títulos.

Economia Marxista (ou economia planejada) - no fim do século 19, Karl Marx propôs um sistema econômico anti-capitalista. Ao invés da propriedade privada para ganho pessoal, Marx promovia a propriedade pública para ganho coletivo, ou seja, bens distribuídos por toda a sociedade com base na necessidade. O Marxismo é a base dos sistemas econômicos comunistas da antiga URSS e, até recentemente, da China.

Economia mista - sistema que incorpora componentes do capitalismo puro e componentes de uma economia planejada.

Capitalismo monopolista
- sistema em que os meios de produção são todos de propriedade privada de enormes conglomerados empresariais que geram lucros exorbitantes ao eliminar a competição do mercado livre.

Capitalismo puro (consulte também economia laissez-faire, economia de mercado ou livre mercado) - sistema no qual o governo não interfere. O sistema funciona segundo o princípio de um livre mercado, no qual todas as transações financeiras são controladas por produtores privados e por consumidores. Por meio da propriedade privada, da competição e do interesse próprio, a economia atinge um equilíbrio natural e mantém o bem econômico geral.

Capitalismo de Estado - sistema econômico no qual os meios de produção são de propriedade privada, mas no qual o Estado controla o mercado em vários níveis.

Introdução a Como funciona o capitalismo


Selo HowStuffWorks

Para muitos de nós, o verdadeiro impulso da economia é o saldo da nossa conta bancária, mas acontecimentos como o fiasco da Enron, a proposta de privatização da Previdência Social (em inglês) e o desastre do crédito hipotecário de alto risco (em inglês) atraíram o interesse popular pela economia de um modo que se vê somente no rastro de uma quebra da bolsa de valores. A economia, e mais especificamente o capitalismo, está cada vez mais próxima de nós.
Negociantes trabalham no Pregão
Stephen Chernin/Getty Images
Negociantes trabalham no Pregão da Bolsa de Valores de Nova York. Nem mesmo os Estados Unidos têm uma economia verdadeiramente capitalista.
A essência do capitalismo é a liberdade econômica. Práticas como empréstimos hipotecários de alto risco e fraudes corporativas são efeitos colaterais de um sistema que gira em torno do direito que as pessoas têm de alcançar seus objetivos financeiros sem o envolvimento do governo. Adam Smith, um dos teóricos mais influentes da economia moderna, responsável pela Teoria do Liberalismo Econômico, pode ter desejado separar a economia da política, entretanto, a economia está fortemente ligada a idéias que discutem a posição do indivíduo na sociedade, logo, essa ligação tem muito a ver com política.
Há, na verdade, somente duas abordagens básicas em um sistema econômico moderno (sem base em permutas), embora possamos encontrar infinitas variações dessas duas abordagens por todo o mundo. Um tipo de economia é a economia de livre mercado. Isso é o capitalismo. O outro tipo é a economia planejada, que algumas pessoas chamam de economia comandada ou economia Marxista.

Comprar, comprar, comprar!

O capitalismo se cria e prospera em uma cultura consumista. Se ninguém compra os produtos, o sistema quebra. Os efeitos sociais de uma sociedade que se define pelo que compra ou possui (e não pelo que cria) podem ser vistos no difundido e astronômico saldo devedor de um cartão de crédito e, em alguns casos, no radicalismo para se obter bens materiais.

Ironicamente, em 1904, o economista político alemão Max Weber ligou o desenvolvimento do capitalismo moderno à elevação da ética puritana do trabalho, que rejeita abertamente a acumulação de riquezas. Ele concluiu que o Protestantismo e a ética Puritana do trabalho abriram caminho para o capitalismo através da busca da integridade espiritual em todos os setores da vida cotidiana.
Nesse artigo, vamos explorar o capitalismo: suas raízes, seus princípios e efeitos, seus benefícios e fraquezas. Vamos descobrir como o capitalismo se compara aos métodos alternativos de se fazer negócios. A propósito, os Estados Unidos não praticam realmente o capitalismo. Ninguém pratica o capitalismo atualmente.

O que é comunismo


China
Robert Churchill
A República Popular da China é um dos países em que alguns dos princípios comunistas vigoram
O comunismo é uma doutrina política e econômica que propõe um sistema social em que a propriedade privada, o individualismo e a economia baseada no lucro sejam substituídos por propriedades coletivas, pelo controle dos principais meios de produção e recursos naturais pelo Estado e pela partilha dos bens produzidos de acordo com as necessidades de cada um. Na Idade da Pedra, existiu um comunismo primitivo, um sistema de organização social no qual a propriedade dos meios necessários à caça e à coleta eram coletivos e os produtos obtidos eram divididos entre todos os membros da coletividade. O conceito de comunismo atualmente mais empregado (e que se tentou colocar em prática em alguns países) foi desenvolvido na filosofia política de Karl Marx. Para ele, o comunismo seria uma forma mais elevada e avançada do socialismo, que viria a substituir o capitalismo quando este entrasse em colapso.

O que é proletariado


proletariado
© istockphoto.com /Afhunta
O proletariado é a mais baixa ou uma das mais baixas classes sociais e econômicas em uma sociedade. Na Roma antiga, por exemplo, o proletariado era constituído pela classe dos homens livres que não possuíam terras, o que incluía artesãos e pequenos negociantes. Em alguns momentos da história romana, o proletariado teve um importante papel como massa de manobra na disputa entre os patrícios (classe nobre) e os plebeus. Com o advento do marxismo, o termo "proletariado" ganhou um novo significado e passou a referir-se à parcela da população urbana que possui apenas sua força de trabalho para vender e obter uma renda (salário) que lhe permita comprar os outros bens necessários a sua subsistência. Na visão de Karl Marx, em função de sua posição subordinada na sociedade capitalista e por conta das periódicas crises econômicas que o capitalismo passa, o proletariado vive frequentemente na pobreza, apesar de muitas vezes, em função de suas qualificações, muitos proletários não se identificarem com os pobres. O termo "proletariado" ganhou, com o tempo, um significado mais amplo e é usado frequentemente como sinônimo da classe trabalhadora que necessita de um emprego assalariado para viver, o que inclui trabalhadores na agricultura, de escritórios e os empregados nas áreas de serviços.

Como o cacto sobrevive às altas temperaturas do deserto?


cacto no deserto
Crédito: Gretchen B. North, Occidental College, Los Angeles
Ariocarpus fissuratus

O Ariocarpus fissuratus recebeu o apelido de “rocha viva” porque ele se mistura com a paisagem rochosa já que sua pequena estatura é do mesmo nível da superfície do solo. Os pesquisadores supõem que o cacto pode “escapar” das altas temperaturas ao mover parte de si mesmo para abaixo da superfície do solo, onde a temperatura é mais amena.

Ao analisar mudanças na profundidade da planta e na anatomia de sua raiz, os pesquisadores chegaram à conclusão de que o cacto se move para dentro do solo contraindo suas raízes. Mas será que essa contração desempenha um papel protetor ao modular a temperatura?

Para descobrir esta resposta os pesquisadores cultivaram plantas em telhados de Los Angeles, onde a temperatura do ar esteve acima de 37º C durante vários dias, buscando criar condições semelhantes ao verão no deserto. Todos os cactos foram cultivados em solo arenoso, mas metade tinha rochas cobrindo a superfície do solo, semelhante ao habitat natural deles. Nas plantas que cresceram em solos rochosos, a temperatura interna do caule estava aproximadamente 4º C mais baixa do que aquelas que cresceram apenas em solo arenoso. Embora isso possa parecer uma diminuição muito pequena, tem um efeito significativo sobre a saúde das plantas.

Além disso todos os cactos cultivados apenas em solo arenoso acabaram morrendo, enquanto que aqueles que cresceram no solo rochoso sobreviveram ao calor intenso. A contração da raiz auxiliou a baixar a temperatura interna do caule, mas apenas quando combinada com os efeitos de resfriamento da superfície rochosa. 

ARTISTA EXPÕE EM SÃO PAULO: "ADICTO"

Divulgação / Cortesia Cartel011

terça-feira, 23 de novembro de 2010

A PALAVRA DE DORIAN

Jaime Hipólito Dantas, promotor público em Mossoró, ex-bolsista no País de Gales, professor, técnico em contabilidade, antigo dirigente do Centro Estudantal Mossoroense, antigo diretor do Departamento de Cultura de Mossoró, autor do livro de contos "O Aprendiz de Camelô", de uma dezena de ensaios de crítica literária, de contos premiados pela revista A Cigarra e de poemas não premiados, orador mais para conferencista do que para tribuno, nasceu em Samos, mas escolheu Atenas para construir seu jardim. Sobre o seu pensamento, Tito Lucrécio Caro escreveu um poema chamado "Do Rerum Natura".
Malgrado nascido num lar cristão, no qual o cristianismo é cumprido nos seus ritos e também na sua essência sobrenatural, Jaime, a pouco e pouco, como gostava de escrever, foi se distanciando da fé dos seus ancestrais e das lições diárias de sua mãe Eufrásia. O cristianismo passou a ser para ele um pensamento respeitável. A fé, um costume. Tanto que em depoimento recente prestado ao Museu da Imagem e do Som, informou ser um católico consuetudinário. Capaz de não perder as missas aos domingos, não comer carne em dias de preceito, comungar uma vez por ano e, se insistirem, fazer as nove primeiras sextas-feiras. Mas, intelectualmente, distante daquilo que nos seus começos possuía um valor absoluto ou quase: a filosofia integral de Maritain, a pregação lúcida de Alceu Amoroso Lima, certas páginas de Gustavo Corção, a obra de Bernanos.
O afastamento progressivo da fé (a qual voltará muito cedo) não foi resultado de uma atitude. Que entre as suas qualidades está a coragem de ser ele. E que, no fundo, gostaria de ser, ainda hoje, sempre, aquele tímido crente das novenas e procissões, temente a Deus, cumprindo devotamente o seu dever de louvar o Bendito.
Deu-se que houve tais confusões no mundo, que Jaime, com talento, mas sem tempo nem vocação para examiná-las, não encontrou alento para alimentar a plantinha débil, nascida por obra e graça de uma catequese maniqueísta, causadora de tantos males.
Foi sendo levado por observações menos profundas, terminando por erigir a sua própria filosofia, de fato não distante do pensamento cirenaico, renovando, no essencial, a filosofia de Demócrito.
Para ele, o universo é mecanismo, não havendo razão para intervenção de deuses, mesmo porque não há finalismo.
Jaime tem explicações para cada coisa, "não lhe importa qual das explicações é a verdadeira; o que lhe importa é saber que há explicações, fazer compreender que o raio é um fato natural, não uma prova de cólera divina, e conseguir que o homem viva com calma, sem temer os deuses".
A sua filosofia é moralista. Para Jaime, o bem é o prazer e ele é o único que deve indicar o que convém e o que desconvém ao homem. Mas que o prazer seja puro, sem dor, estável, deixe o homem livre. Nada de paixões violentas. O ideal é o homem sereno, filho da temperança, equilibrado. Homem que a tudo suporta com bom humor.
A esse pensamento, Jaime alia muitas idéias de Pirro, Timão, Arcesilau e Carnéades.
Fechado o seu jardim ateniense, empreendeu duas mudanças. Melhor dizendo, três. A primeira, se não me engano, para as terras do Maranhã. A segunda, algodoais de Caicó. Finalmente, Mossoró.
Quando chegou ao Alto de São Manuel, para além do Alto, terras conhecidas como Hipólito, não consta tenha dito vim, vi e venci. Mas, sem empurrões, fez as três coisas. Com talento quanto graça.
Foi menino pobre, filho de viúva. Menino de inteligência privilegiada, viúva de coragem admirável. Havia que estudar, mas dinheiro não havia. Toca a bater a porta do hoje cônego Jorge Paiva O´Grady e pedir bolsa de estudo no colégio da diocese. O santo padre, que viria a ser depois especialista em discos voadores e literatura mais ou menos aérea, tinha ar puro de asceta. "Um santo", diziam. Quase transparente. Diáfano. Com momentos de levitação. Ouviu a mãe viúva e disse não. O colégio da Igreja não era lugar indicado para pessoas de pouca ou nenhuma posse. Quem não pode estudar, não estuda. A viúva não disse palavra. Foi bater noutra porta, a mesma simplicidade, a mesma dignidade na extrema pobreza. Esta, de um padre não diáfano, longo de transparência, não aéreo, olhar duro, terra-a-terra, cara de macho, charuto na boca, mão pequena alisando a barriga enorme. Padre Mota. E a bolsa saiu. E o menino foi estudar na Escola do Comércio de Alcides Fernandes. À noite, que o dia era para trabalhar todinho.
Empregado de Manuel Herculano e depois de Enéas Negreiros, fábricas de rede. Já mais tarde, correspondente comercial de Raimundo Jovino. Depois, Prefeitura Municipal, jornal O Mossoroense, rádio.
Conheci-o em Enéas Negreiros. Quem diria que aquele empregado de fábrica de redes era filho de Samos, criador de jardim em Atenas, autor de um pensamento exposto, nos anos 90, em poema em latim de Lucrécio Caro? Enéas, diga-se em seu favor, ignorava. Themi também não sabia. Sabiam alguns meninos, que o que Deus esconde aos sábios revela aos pobrezinhos. Sabíamos eu, Wilson Lemos, Pedro Batista de Melo, Máximo de Medeiros Filho. Mais um, mais dois, no máximo três privilegiados outros.
E eu, mais do que os outros, carecia de sua ciência. Enquanto os demais se bastavam com os contatos domingueiros, esporádicos, ligeiros, na Praça da Redenção que substituiu o jardim de Atenas, eu carecia ouvi-lo no cotidiano. E passei a ser o maior ladrão de Enéas Negreiros. Todas as tardes interrompia os afazeres de seu empregado. O que ouvi dele, então, daria para encher uma biblioteca. Hoje, a revelação de Carpeaux e de seus ensaios do purgatório. Amanhã, Álvaro Lins e Alceu Amoroso Lima. Depois, a poesia de Bandeira, Drummond, Schmidt, Murilo. Pedaços desvairados de Mário de Andrade. As coisas que lhe contara, também, Belzarte.
Quando menos se esperava, Jaime apareceu doutor de canudo e de anel de rubi. E de ciência. Provado em terras de Albion. Escrevendo como um mestre, falando que é uma beleza, sabendo tudo de literatura e arte, múltiplo nos campos da inteligência.
Entre as coisas, fez política. Ajudando a engrandecer muita gente.
Antes, foi conduzido ao jornal por Lauro Velho, o gato russo.
Antes, fez rádio. E até radionovela.
Deu-se tempo ara correr o mundo e conhecer os homens. Foi visto numa praça de Londres, notado em avenida de Nova Iorque, percebido em bistrô de Paris. Riu e fez galhofas no Uruguai e faturou o Brasil montado num trem do povo. Reconheceu, ao fim e ao cabo, que tudo é meros e que há de viver, enquanto a morte não traz libertação. E vive. Numa disponibilidade que espanta e, às vezes, irrita a sensibilidade maviosa de Elder Heronildes da Silva. Mas que não é outra coisa senão coerência de vida e filosofia.
Para o meu gosto, ele é uma das cinco pessoas mais importantes da Província. A primeira de Mossoró. Ao contrário de Rafael, o espanhol, que escreve puto da vida, o filho de Samos escreve sorrindo. Mofa, pouco caso, sei não. E nunca a gente sabe o que quer dizer, que uma de suas artes mais finas é deixar o outro na escuridão, no limbo, incapaz de entendê-lo, de penetrá-lo, de descer ao abismo de sua sinceridade, descartando tudo que nele é ironia, é sarcasmo, é mot d´esprit. Não se compromete tolamente. Não por temer de. Por gastura. Não vale a pena. Para quê? Se isso não é assim, será de outra forma. As coisas continuarão iguais, o placar zero a zero, o jogo continuará. Daqui a 200 anos, quem discutirá a frivolidade de hoje?
Jaime Hipólito Dantas ri e vai pra a praia. Vaqueiro de uma Marília que ele cantou a vida inteira, numa premonição espantosa. Ri e vai pra a praia. Lá encontrará a gente de sempre, o mesmo uísque, a mesma conversa, as mesmas gargalhadas, os mesmos gestos. E continuará rindo. Lembrando os dias de Samos, as preleções em Atenas, a cara encerada de padre Jorge, as redes de Enéas, as viagens para Maceió e Natal. E ri, ri. E às vezes o riso franco cai, fulminante, sobre o cocuruto da gente. Infeliz de quem não sabe disso...