quinta-feira, 31 de março de 2011

VOCÊ SABIA?

Usuários do serviço de busca do Google se depararam hoje com um logotipo especial: ele mostra um experimento científico em homenagem ao químico alemão Robert Bunsen. O cientista nasceu em 31 de março de 1811 e morreu em 16 de agosto de 1899.
Reprodução
Logotipo da busca do Google lembra o 200º aniversário de Robert Bunsen
O logotipo mostra uma das principais contribuições de Bunsen à ciência. Ele aperfeiçoou o queimador de gás, hoje conhecido como bico de Bunsen, que foi inventado pelo cientista britânico Michael Faraday em 1785. Além disso, o cientista descobriu os elementos césio e rubídio.
O cientista alemão morreu aos 88 anos em Heidelberg (Alemanha), onde passou grande parte de sua carreira como pesquisador e professor. Dez anos antes, quando Bunsen se aposentou, continuou se dedicando à pesquisa, mas de geologia e mineralogia.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Creio




 

CREIO que a função principal da escola é a de desenvolver ao máximo a competência da leitura e da escrita em seus alunos.
CREIO na leitura, porque ler é conhecer - o que aumenta consideravelmente o leque de entendimento, de opção e de decisão das pessoas em geral.
CREIO na leitura como uma reação ao texto, levando o leitor a concordar e a discordar, a decidir sobre a veracidade ou a distorção dos fatos, desmantelando estratégias verbais e fazendo a crítica dos discursos - atitudes essenciais ao estado de vigilância e lucidez de qualquer cidadão.
CREIO na escrita como instrumento de luta pessoal e social, com que o cidadão adquire um novo conceito de ação na sociedade.
CREIO que, quando as pessoas não sabem ler e escrever adequadamente, surgem homens decididos a LER e ESCREVER por elas e para elas.
CREIO que nossas possibilidades de progresso são determinadas e limitadas por nossa competência em leitura e escrita.
CREIO, por isso, que a linguagem constitui a ponte ou o arame farpado mais poderoso para dar passagem ou bloquear o acesso ao poder.
CREIO que o homem é um ser de linguagem, um animal semiológico, com capacidade inata para aprender e dominar sistemas de comunicação.
CREIO, assim, que a linguagem é um DOM, mas um DOM de TODOS, pois o poder de linguagem é apanágio da espécie humana.
CREIO que o educando pode crescer, desenvolver-se e firmar-se lingüisticamente, liberando seus poderes de linguagem, através da simples exposição a bons textos.
CREIO, por isso, em M. Quintana, que afirmou: "Aprendi a escrever lendo, da mesma forma que se aprende a falar ouvindo, naturalmente."
CREIO, pois, no aluno que se ensina, no aluno como um auto/mestre, num processo de auto-ensino.
CREIO que o ato de escrever é, primeiro e antes de tudo, fruto do desejo de nos multiplicarmos, de nos transcendermos, e mesmo de nos imortalizarmos através de nossas palavras.
CREIO, juntamente com quem escreveu aos coríntios, que a um o Espírito dá a palavra de sabedoria; a outro, a palavra de ciência segundo o mesmo Espírito; a outro, o mesmo Espírito dá a fé; a outro, ainda, o único e mesmo Espírito concede o dom das curas; a outro o poder de fazer milagres; a outro, a profecia; a outro, ainda, o dom de as interpretar.
CREIO que a ti te foi dado o poder da PALAVRA.
CREIO, por isso, na tua paixão pela palavra. Para anunciar esperanças. Para denunciar injustiças. Para in(en)formar o mundo com a-vida-toda-linguagem.
PORTANTO, vem! Levanta tua voz em meio às desfigurações da existência, da sociedade: tu tens a palavra. A tua palavra. Tua voz. E tua vez.

Gilberto Scarton

VAMOS LER POESIA?




Tu, ontem,
Na dança
Que cansa,
Voavas
Co' as faces
Em rosas
Formosas
De vivo,
Lascivo
Carmim;
Na valsa,
Tão falsa
Corrias,
Fugias,
Ardente,
Contente,
Tranqüila,
Serena,
Sem pena
De mim!
Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Valsavas:
- Teus belos
Cabelos,
Já soltos,
Revoltos,
Saltavam,
Voavam,
Brincavam,
No colo
Que é meu:
E os olhos
Escuros
Tão puros,
Os olhos
Perjuros
Volvias,
Tremias,
Sorrias,
Pra outro
Não eu!

(Casimiro de Abreu)

ARTIGO CIENTÍFICO


Fim de ano chegando...você está cheio de trabalhos na faculdade/universidade para concluir e entregar, então, lembra daquele artigo científico que foi solicitado lá no início do período para integrar a nota final!Bateu aquele receio sobre como fazer um artigo?Sem estresse!Leia as intruções abaixo, veja o modelo e faça seu artigo...

Esse é meu último post sobre dicas de trabalhos acadêmicos, onde vou falar sobre como construir um artigo científico.
Tenho algumas dicas que já utilizo há algum tempo e vou passar o que venho utilizando para elaborar este tipo de trabalho.
Confesso que não é o tipo de trabalho que mais gosto de fazer, exatamente por perceber que quando desenvolvemos um artigo científico na universidade/faculdade (enquanto acadêmicos, principalmente de Pedagogia), apenas reproduzimos uma idéia com o intuito de garantir uma nota e não com o verdadeiro propósito a que um artigo científico se propõe!Apenas fazemos uma transposição de idéias para cumprir a solicitação de determinado professor ou disciplina, o que não ocorre nas engenharias, por exemplo, onde o número de artigos publicados pelos alunos desde os primeiros períodos é infinitamente maior do que na nossa área (humanas e educação). Aí me questiono: Não temos, também, novas idéias? Onde estão as pesquisas dos acadêmicos da área de educação?
Mas, deixando as críticas ou questionamentos de lado, o fato é que em algum momento da sua vida acadêmica, seu professor vai pedir para você desenvolver um artigo científico...Então, vamos às noções básicas!
O propósito de um artigo científico é o de formar um problema, estudá-lo, adequar hipóteses, coletar dados, prover uma metodologia própria, e, concluir ou, eventualmente recomendar.


Observação: O artigo científico é intrisecamente TÉCNICO!!!Ou seja, CUIDADO COM A LINGUAGEM QUE VOCÊ IRÁ UTILIZAR NA ELABORAÇÃO!!!

ALGUMAS DICAS SOBRE A ESTRUTURA
Ela pode variar um pouco, mas essencialmente é composto da seguinte forma:

  • Elementos pré-textuais: (Título e subtítulo - se houver; nome do (s) autor (es); resumo na língua vernácula do texto e palavras-chave; resumo em uma língua estrangeira e palavras-chave).
  • Elementos textuais: Introduçãodesenvolvimento (vale aqui as mesmas regras de outros trabalhos acadêmicos: espaçamento 1,5 para o texto e citações curtas; espaçamento 1,0 para citações longas e aquelas regrinhas básicas que certamente você já conhece; e a conclusão (exitem dois tipos enumerativa e disseratativa, mas na dúvida, faça a dissertativa. 
  • Elementos pós-textuais: ReferênciasGlossárioApêndices (o que você produz, tipo, fotos que você tirou, questionários que você produziu etc.), e/ou Anexos (materiais de outra autoria que você colheu, tipo, artigos da internet, imagens, listas etc.).
Se mais conversas, vamos ao exemplo, pois, exemplo ensina mais que meras palavras, não é mesmo?Então, basta ir no link abaixo onde eu preparei um modelo básico para que você visualize o que acabei de falar!
Bom trabalho!Espero ter ajudado!


domingo, 27 de março de 2011

CIÊNCIA PARA TODOS NO SEMI-ÁRIDO POTIGUAR

METODOLOGIA CIENTÍFICA AO ALCANCE DE DE TODOS

 o 
Objetivo:  Despertar nos alunos de ensino médio a curiosidade cientifica e  realizar  uma grande feira de ciências com  no mínimo 100 projetos nas mais diversas áreas do conhecimento, usando o método científico.


Realização de feiras de ciências 



Nas escolas : junho de 2011

Nas sedes das Direds: setembro de 2011

Estadual: outubro de 2011 em Mossoró durante a semana de Ciência e Tecnologia

quarta-feira, 23 de março de 2011

“Minhas viagens com Heródoto”, de Ryszard Kapuscinski

segunda-feira, fevereiro 28th, 2011
Os sonhos são a gramática submersa do mundo, e não há sonho que não encontre morada numa biblioteca, nem livro que não tenha num leitor o amor que lhe corresponda. Àqueles que amam a leitura os livros abertos sabem à janelas, e em suas palavras a curiosidade dança. Os que de muitos livros se alimentam têm suas janelas com vários frisos; foram tantos de olhos abertos como no macio apogeu do leito; e quando finalmente velhos são idosos donos felizes de muitas velhices: as aventuras que leram vibram em suas retinas com a mesma cor daquilo que sofreram, muitas das cicatrizes que doem nas noites frias nunca irromperam a pele. (mais…)

O direito à privacidade

segunda-feira, fevereiro 21st, 2011
Um dos fenômenos mais inconvenientes da prática social contemporânea é a exagerada espetacularização do gesto mínimo: seja em redes sociais e em blogs – Facebook e similares -, nos programas de tevê – dezenas de reality-shows – e em livros – biografias apelativas e a chamada auto-bioficção -, a sociedade contemporânea parece ser inimiga frontal da privacidade e do segredo, o que significa que está apaixonada pelo conceito turvo de transparência e pelo fim de qualquer ambigüidade. (mais…)
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O escritor premiado

No dia seguinte à chegada inesperada e retumbante, porém demorada, do sucesso, percebeu que suas roupas já não lhe serviam mais. Decidiu que iria imediatamente comprar calças, camisas, ternos e sapatos decentes, que fizessem jus a seu posto de mais talentoso e premiado escritor do ano.
Chegou a tirar o telefone do gancho, com intenção de ligar para a esposa e dizer “daqui a quinze minutos passo aí para te pegar”, mesmo que ainda fosse três da tarde e ela só estivesse livre do escritório às seis. O emprego dela não era mesmo grande coisa, seria até bom que abandonasse assim o expediente. Afinal, desde o dia anterior ela não era mais a esposa do escritor fracassado, de algumas centenas de livros vendidos e duas aparições na tevê (em matérias de cinco minutos cada, veiculadas no jornal local, nas quais deu declarações que, somadas, totalizam exatamente cento e setenta e sete segundos, de acordo com seu próprio cronômetro). Agora, ela seria a esposa de um dos expoentes da literatura contemporânea do país, que daria entrevistas a vários jornais, revistas e canais de televisão. Seria convidado da Flip, da Flap, do Flop e do Flup. Da Flep, não, porque esse evento é organizado por um de seus maiores desafetos. Mas quem precisa da Flep, afinal? Nem cachê eles pagam…
Abandonou o telefone porque lembrou-se da noite anterior. Depois de saber que seu livro inacreditavelmente fora eleito o melhor do ano por aquele bando de críticos que ele sempre julgou serem vendidos e, além disso, invejosos, idiotas, burros, analfabetos, safados, pilantras, mercenários e adjetivos outros que não cabem ser explicitados aqui, ele e sua esposa foram a um desses hipermercados que ficam abertos vinte e quatro horas comprar um vinho.
Mas não um vinho qualquer. A ocasião era por demais especial. Porque além de ter seu livro elogiadíssimo – os jurados do prêmio literário, na nota de divulgação do resultado final, diziam coisas como “um dos melhores romances da última década”, “com sua prosa arrojada, o autor entra para o seleto grupo de escritores que merecem o maior dos prêmios literários: a posteridade”, ou, ainda, “perturbador do início ao fim, este romance é uma obra-prima” –, sua conta bancária em breve estaria recheada de centenas de mil dinheiros. Para ele, dinheiro não seria mais problema, e fazia questão de comprar o melhor vinho que estivesse à venda naquela espelunca.
Até então, nunca precisara comprar um bom vinho. Nem mesmo quando do casamento. Com tanta coisa para pagar – “e a casa, meu Deus, e a casa?”, ele pensava, na época, sempre desesperado para honrar o financiamento em 300 meses feito através da Caixa Econômica Federal –, o casamento foi simples – bem simples, mesmo – e o vinho, mais ainda. Mas isso não significa que ele não soubesse o que é um vinho decente. Em suas leituras – ele lia muito, afinal, é um escritor –, volta e meia apareciam personagens ricos, cultos – e esnobes –, apreciadores de bons vinhos. Geralmente literatura francesa, sendo que alguns escritores norte-americanos também faziam questão de explicitar seus conhecimentos vínicos. Tal característica em escritores que ele tanto admirava o deixou curioso e ele terminou por ler alguma coisa sobre vinhos.
Na seção de bebidas, perguntou à esposa que tipo de vinho ela preferia. Ouviu como resposta “Um bom, ué. Pode ser este aqui”. Estava segurando uma garrafa de Quinta do Morgado (tinto e suave). Há pouco mais de um mês um amigo lhes indicara aquela marca, da qual gostaram muito. Mas agora a situação era outra. Ele não poderia tomar um vinho daqueles, barato, que qualquer um pode comprar. Além disso, lembrou-se dos escritores cultos, esnobes – mas nem sempre ricos – e geralmente alcoólatras que lia. Decididamente, não compraria um vinho ridículo como aquele.
Disse à esposa, com todo o cuidado, que gostara muito do Quinta do Morgado, mas que a ocasião era especial e que deveriam comprar algo melhor e mais caro. Novamente pediu-lhe uma sugestão; ela disse-lhe que não entendia de vinhos, e que gostara bastante daquele que agora colocava de volta na prateleira.
Naquele momento, não lhe causou espanto ouvir sua esposa dizer que não entende de vinhos. Mas nos segundos que antecederam o abandono do telefone, notou que não poderia comprar roupas com uma mulher que nada entende de algo tão importante. Decidiu ir sozinho ao shopping.

O shopping. Ele odiava o shopping. Pessoas indo de um lado para o outro, subindo e descendo, olhando vitrines, tomando sorvetes, comendo sanduíches, pessoas berrando, bebendo, fumando, tropeçando nele, impedindo sua passagem, levando horas para sacar um maldito dinheiro num caixa eletrônico. Ia algumas vezes ao shopping apenas porque frequentava as duas livrarias que lá estavam abrigadas. Não fosse isso, jamais colocaria seus pés ali.
Mas, naquele dia, o shopping lhe pareceu muito agradável. Pessoas sorridentes, felizes, mães e pais andando de mãos dadas com seus filhos, casais de namorados abraçados, tudo na mais perfeita harmonia. Percorreu algumas lojas masculinas de grife e gastou o equivalente ao valor que ganhara em todo o mês anterior, com suas aulas de literatura num cursinho pré-vestibular e alguma coisa que pingava em sua conta bancária referente a direitos autorais. Entrou em uma das duas livrarias, mas não comprou nenhum livro. Sequer passeou seus olhos pelas estantes. Nem mesmo verificou se ainda estava lá o único exemplar do seu livro que restava na livraria, coisa que ele sempre fazia quando ia lá – naquela loja ele bateu seu recorde de vendas: 53 exemplares vendidos na noite de lançamento, há dois anos. Queria apenas tomar um capuccino e comer um cookie de chocolate.
Ao chegar em casa, pouco antes das seis horas da tarde, seus olhos ignoraram a foto que ele sempre mirava ao abrir a porta e que estava no mesmo lugar em que sempre esteve nos dois últimos anos: uma peça comprada por eles especificamente para aquele fim. Ela queria que uma fotografia dos dois, a que ela mais gostava, fosse uma espécie de cartão de visitas do casal a todo aquele que entrasse naquela casa.
Ela chegou pouco depois das seis e meia e ficou surpresa ao ver todas aquelas sacolas de compras ao lado da cama. Perguntou que novidade era essa, e ele respondeu dizendo que um escritor talentoso não podia mais vestir roupas comuns, de lojas de departamentos. Precisaria, a partir de agora, vestir-se bem, com elegância. Ela achou engraçado, disse que a esposa do escritor queria andar elegante também e foi tomar um banho. Ele chegou a pensar na possibilidade de irem comprar roupas novas para ela no dia seguinte, mas seus pensamentos se voltaram novamente para a noite anterior. Depois, pensou que uma mulher como ela, que trabalhava no setor administrativo de uma empresa de médio porte, não tinha motivos para andar elegante. Durante a maior parte do dia ela vestia a farda da empresa, e nos finais de semana eles pouco saíam juntos. Ela não gostava de ir a eventos literários e, enquanto ele estava em um lançamento de livro, assistindo a uma mesa redonda sobre literatura ou mesmo tomando um café com algum amigo escritor, ela aproveitava para visitar sua mãe ou receber a visita de alguma amiga. Para atividades como essas, estar elegante não era necessário.
Alguns minutos se passaram e ela foi à cozinha com intenção de tomar o café que ele sempre fazia antes de ela chegar. Mas não havia café. Ele não fizera. Perguntou sobre o café e ouviu-o dizer que esquecera. Ela acabou fazendo.
Enquanto ela comia – ele, não, “fiz um lanche no shopping”; “você, comendo no shopping?”; “é, um capuccino e um cookie, deu vontade” –, ele pensava que, dali em diante, sua vida jamais seria mais a mesma. Se aquele livro lhe rendera um prêmio tão importante, o que os próximos, que seriam melhores ainda, não poderiam conquistar? E os anteriores, que também eram bons, começariam a vender mais, ganhariam novas edições, finalmente seriam lidos pelos mesmos críticos que ele julgava serem vendidos e, além disso, invejosos, idiotas, burros, analfabetos, safados, pilantras, mercenários e adjetivos outros que não cabem ser explicitados aqui, e certamente esses mesmos críticos derramariam sobre suas obras elogios dos mais variados, como “um dos melhores livros de contos da última década”, “com sua prosa arrojada, o autor entra para o seleto grupo de escritores que merecem o maior dos prêmios literários: a posteridade”, ou, ainda, “perturbador do início ao fim, este volume de contos é uma obra-prima”. Editoras disputariam para ter seu nome no catálogo, ele assinaria contratos de valores surreais e no máximo em três anos sua vida financeira estaria muito bem, obrigado. Ele dava ênfase ao “muito bem”.
Sua esposa terminara o café e se aproximava para sentar-se ao seu lado. Com aquela voz doce que só as mulheres carinhosas têm, ela perguntou como estava o seu escritor favorito de todos os tempos. Ela sempre esteve ao seu lado. Foi uma das poucas pessoas que acreditaram no seu talento e, quando ele se permitia pensar em desistir da literatura, ela dizia que ele só faria isso se passasse por cima de seu cadáver. O corpo dele respondeu mecanicamente ao carinho, exceto seus lábios, que não se moveram – nem para beijá-la, nem para dizer palavra.
Tão cedo ele não precisaria pensar em desistir da literatura, mas agora, enquanto forçosamente a abraçava, pensou que a ideia do cadáver não era de todo ruim.

* Conto publicado na edição de junho de 2010 do Suplemento Literário de Minas Gerais.

LUTEMOS PELA CONSCIÊNCIA NEGRA!


O ano de 2011 foi definido pelo alto comissariado das Nações Unidas como o ano internacional dedicado as populações afrodescendentes e o Brasil tem um papel de destaque neste processo que visa repensar as relações que o Estado e a sociedade como um todo tem se colocado na perspectiva de apontar para uma dinâmica de reconciliação que passa pelo empenho na luta contra o racismo e na garantia da cidadania plena para a população negra de nosso país.
É tarefa de todos e todas garantir na esfera publica o necessário debate sobre o fim da invisibilidade e marginalização em que se encontram os negros e negras de nosso país quando nos é negado o direito a nossa história e a oportunidades de desenvolvimento humano que o processo perverso da escravidão nos negou e ainda nos dias atuais nos é negado.
O processos de discussões com perspectiva a construirmos uma nova realidade que todos e todas buscamos, faz do ano de 2011 um ano importante para os afrodescendentes em especial para a juventude negra brasileira que vislumbra uma serie de oportunidades e desafios que serão pautados a partir da nossa grande capacidade de mobilização e coesão política.
2011 será palco da realização de espaços estratégicos para a organização da juventude negra brasileira onde serão discutidas reivindicações em prol do desafio de eliminarmos o racismo e qualquer forma de discriminação e intolerância que atinge a população negra.
Realizaremos este ano o III Encontro de Negros, Negras e Cotistas da UNE (ENUNE), fórum este que vem se referenciando pela sua regularidade e grande capacidade de formulação em defesa das políticas de ações afirmativas para acesso da população afrodescendente no ensino superior, esta que é umas das mais antigas pautas do movimento negro brasileiro e que compreende o processo de elitização da formação universitária que historicamente tem negado a população negra a sua inclusão.
Cabe ao movimento social a partir de sua intervenção direta propor ao poder publico que institucionalize políticas e programas que visam combater os efeitos perversos da discriminação sofrida pela juventude negra no ambiente escolar e ofereça condições iguais na oportunidade de ingresso e permanência no ensino superior.
Organizações juvenis que constroem a luta antirracista e pela busca da promoção da igualdade racial de todo o país, neste momento estão construindo este que será o II Encontro Nacional de Juventude Negra (ENJUNE) fruto da experiência exitosa do primeiro encontro que em 2008 reuniu jovens negros e negras a fim de denunciar a violência com a qual a nossa juventude é submetida cotidianamente nas periferias das cidades e no campo pelas mãos do aparelho de segurança do estado. Coube a este importante fórum também oferecer a denuncia do processo sistemático de exclusão que nossa juventude vem sofrendo por parte do poder publico que insisti em não nos compreender como sujeitos de direitos mesmo diante de aviltantes indicadores que nos colocam a níveis profundamente desiguais em relação à juventude branca, seja quanto as taxas de analfabetismo, no acirramento das desigualdades no mundo do trabalho, no crescente aumento da população carcerária entre outros.
O ENJUNE permitiu a juventude negra brasileira se sua auto-organizar e proporcionou a criação do Fórum Nacional de Juventude Negra (FONAJUNE) espaço de articulação com perspectiva de ação e intervenção social.
Para além de reivindicarmos as garantias de nossos direitos, também queremos ser parte integrante desse processo e a conferencia nacional de juventude convocada para este ano tem um papel central nesta construção de um novo patamar na relação entre o poder publico e a juventude negra.
As dinâmicas de conferencias permitem ao conjunto da população o desenvolvimento da consciência critica e participação no processo decisório, perspectiva esta que remete à cristalização dos direitos civis, políticos e sociais, caracterizando uma situação de inclusão e de pertencimento dos cidadãos à comunidade política.
É importante salientar que durante a Iª conferencia nacional de juventude foi incorporada como resolução central os encaminhamentos tirados no encontro nacional de juventude negra.
O ano de 2011 proporcionará importantes fórum que nos permitirão pavimentar o caminho para a elaboração de políticas publicas que dialoguem com a realidade vivida hoje pela juventude negra e que seja fomento para erradicarmos indicadores que historicamente nos colocam em desvantagens materiais e políticas em relação ao conjunto da sociedade brasileira.
Caberá a juventude negra a partir de suas intervenções nestes diferentes espaços equacionar a dupla perspectiva que nos colocam como demandantes de políticas publicas que visam a superação das desigualdades e a promoção da cidadania plena e agentes estratégicos no processo de desenvolvimento de uma sociedade plural e profundamente democrática.

Clédisson Júnior é diretor de Combate ao Racismo da UNE e membro do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial – CNPIR/PR

PARA REFLETIR!!!

A didática como arte

     Já se foi o tempo em que os melhores professores eram os que tinham mais informações e dominavam maior número de conteúdos disciplinares.
     Com a dinaminicidade do mundo globalizado, os conteúdos envelhecem rapidamente as informações científicas ficam cada vez mais provisórias e os antigos paradigmas do ensino dão lugar a novas formas de se encarar a DIDÁTICA para que esta possa atender aos desafios da modernidade.
     Neste sentido a DIDÁTICA tem perdido cada vez mais seu caráter instrucional baseada em aulas e provas repetitivas para assumir, com vigor, o “status” de arte. Arte que jamais descarta as informações científicas, pois sem elas não se pode conhecer e manipular o mundo. Arte que, por outro lado, sabe que essas informações só serão relevantes se forem impregnadas de estética e beleza. Afinal, conhecimentos científicos são indispensáveis, mas sozinhos são impotentes para transformar massas disformes em pessoas cidadãs.
     Não basta ao professor ter parâmetros curriculares. É-lhe imprescindível o segredo da sedução. O educador, profissional e artista, deve ter a magia de fazer sonhar. E sonhos dão vida aos argumentos, aos conteúdos, às lições... “Só se convence abrindo as avenidas dos sonhos” afirmava o filósofo e mestre da didática Gaston Bachelar.
     Pensando assim, a DIDÁTICA contempla alguns princípios significativos que precisam estar na pele e nos poros do educador contemporâneo. Compreendê-los significa aperfeiçoar a prática docente. Aplicá-los no dia a dia significa dar ao cotidiano pedagógico a tão propagada e pouco vivenciada qualidade de ensino.
     Primeiro princípio: Compreender que a vida é um constante ato de aprendizagem. Se há a vida na escola, há também a escola da vida. Com o advento da multimídia e da cibernética o mundo está ficando cada vez menor e mais desafiador. Desta forma nunca deve haver um buraco negro entre vida e escola, entre teoria e prática, entre o que está nos livros e o que está nos jornais. O professor deve ter capacidade de propiciar ao aluno capacidade de pensar crítica e criativamente a realidade. Aprendendo a arte de pensar, o aluno cria a possibilidade de descobrir novos saberes. Não fica apenas na memória acumulada. Produz novos conhecimentos. O educador que compreende esse princípio pode dizer como Edgar Morin: “Uma cabeça bem feita vale mais que uma cabeça cheia”.
     Segundo princípio: Saber que a aprendizagem é um esforço reconstrutivo pessoal. O professor nunca é dispensado, conforme nos mostrou “O mundo de Sofia”. Porém é o aluno que, de forma contínua, constrói o conhecimento. Este processo tem duas dimensões: a dimensão do prazer e a dimensão da dor. Aprendemos o saber quando ele tem sabor. Mas também há aprendizagens profundas que nos dilaceram as entranhas. Concordo com um adágio popular que diz: “Ostra feliz não produz pérola”.
     Terceiro princípio: Entender que, diferentemente dos velhos paradigmas conteudistas, que enfocavam apenas o coeficiente de inteligência, os novos paradigmas didáticos devem enfocar a integralidade da razão/emoção, e da realização pessoal/social do aluno. Isto exige do educador uma didática que esteja voltada para uma visão holística, para as múltiplas inteligências, para a integração de conhecimentos e para a transdisciplinaridade. O educador que entende esse princípio sabe que bom professor não é o que produz alunos, mas o que produz mestres.
     Pensar a DIDÁTICA como arte é pensar que em cada aluno existe uma beleza adormecida. O educador, assim, trabalha para que a beleza surja, da mesma forma que do trabalho artístico de Michelangelo, saiu Moisés, a ponto de o mestre dizer para sua obra esplendorosa: “Parla, Parla”.
     Está certo Rubem Alves: “As inteligências dormem. Inúteis são todas as tentativas de acordá-las por meio da força e das ameaças. As inteligências só entendem os argumentos do desejo: elas são ferramentas e brinquedos do desejo”.
Carlos Alberto Rodrigues Alves,
Conselheiro do Conselho Estadual de Educação.
Endereço eletrônico: carlosalves@bbs2.sul.com.br

VOCÊ CONCORDA?

Ser professor(a)

Falar da docência é falar das várias profissões que transpõem e se sobrepõem a esta.
Enquanto professores...
Somos mágicos,
ao fazermos malabares com diversas situações que atingem nossa imagem e a 
vida pessoal.
Somos atores, somos atrizes,
que interpretam a vida como ela é, sentimos e transmitimos emoções ao 
conviver com tantas performances.
Somos médicos,
ao receber crianças adoentadas pela miséria, pela falta de tempo da família,
pela carência de tempo de viver a própria infância.
Somos psicólogos,
ao ouvir as lamentações advindas de uma realidade dura,
que quase sempre nos impede de agir diante do pouco a se fazer.
Somos faxineiros,
ao tentarmos lavar a alma dos pequenos,
das mazelas que machucam estes seres tão frágeis e tão heróicos ao mesmo tempo.
Somos arquitetos,
ao tentarmos construir conhecimentos, que nem sabemos se precisos, que nem 
sabemos se adequados.
É só parar para pensar que talvez seja possível encontrar em cada 
profissão existente um traço de nós professores. Contudo, ser professor, 
ser professora é ser único, pois a docência está em tudo, passa por todos, 
é a profissão mais difícil, mas a mais necessária.
Ser professor é ser essência,
não sabemos as respostas.
Estamos sempre tentando,
Às vezes acertamos, outras erramos, sempre mediamos.
Ser professor é ser emoção
Cada dia um desafio
Cada aluno uma lição
Cada plano um crescimento.
Ser professor é perseverar, pois, diante a tantas lamúrias
“não sei o que aqui faço, por que aqui fico?”
fica a certeza de que...
Educar parece latente, é obstinação.
Ser professor é peculiar,
Pulsa firme em nossas veias,
Professor ama e odeia seu ofício de ensinar
Ofício que arde e queima
Parece mágica, ou mesmo feitiço.
Na verdade, não larga essa luta que é de muitos.
O segredo está em seus alunos, na sua sala de aula, na alegria de ensinar
a realização que vem da alma e não se pode explicar.
Não basta ser bom... tem que gostar.


Soraia Aparecida de Oliveira,
professora do Ensino Fundamental,
Escola Municipal Nilza de Lima Sales, Brumadinho, MG.
Endereço eletrônico: soraiaprof@hotmail.com
Artigo publicado na edição nº 350, setembro de 2004, página 21, jornal Mundo Jovem.

O QUE É SER PROFESSOR?




Certa vez me foi indagado sobre "o que é ser Professor". Sendo assim resolvi criar este Blog para compartilhar a minha visão deste Ser extraordinário que se personifica nos indivíduos que elegem como sua maior prioridade a edificação de uma sociedade mais justa e de um mundo melhor.
O sentido de ser professor foi se revelando a mim ao longo da minha vida.
No caminho que percorri até aqui vivi algumas experiências que moldaram a minha personalidade, embora eu nunca tenha me distanciado dos sonhos e do menino, que ainda hoje, com 45 anos de idade, habita em mim.
Vejo o professor por uma ótica utópica porque pra mim: ensinar, mediar, transmitir, compartilhar ou educar, é algo que vai muito além dos limites da formalidade.
Ser professor é se encaixar no tempo e no espaço, é viver a contemporaneidade respeitando a história individual e o contexto sócio cultural de cada um.
É se despir dos preconceitos e fazer do seu cotidiano sua aprendizagem, é estar consciente do quanto pode aprender com seus alunos.
Ser professor não é profissão, é uma missão, é caminhar sempre de frente para o sol e nunca permitir que sua sombra lhe guie, o afastando do seu objetivo maior, a educação. Mas esse é o meu ponto de vista que procuro expor através destas palavras, então, faço deste blog um espaço de pesquisa e manifestações a respeito da questão:
“ O que é ser Professor?”

William Manhães
Professor de Artes

domingo, 13 de março de 2011

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte — UERN
Pró-Reitoria de Ensino de Graduação— PROEG
Setor de Programas Formativos
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência — PIBID
Comissão Organizadora
AnadjaMarilda Gomez Braz
Coordenação
Adriano Cavalcante Silva
Matemática
Alaíde Angélica de Menezes Cabral Carvalho
Letras
Francisco Pereira de Souza
Filofofia
Heluziane Lucena do Nascimento
Física
Kennedy Domingos de Carvalho
Ciências Biológicas
Luan Duarte de Souza
Química
Tayryne Alanna Vidal Oliveira
Física
Lidiane Cristina de Santana
Secretária
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS—C. Central
Coord.: Maria da Conceição V. Almeida
FILOSOFIA—CAS
Coord.: José Francisco das Chagas Souza
FÍSICA—C. Central
Coord.: Carlos Antônio Lopes Ruiz
LETRAS—CAMEAM
Coord.: Maria de Fátima de C. Dantas
MATEMÁTICA—C. Central
Coord.: Maria do Socorro Aragão Pain
QUÍMICA—C. Central
Coord.: Antônio Gautier Farias Falconieri
Cursos de Graduação que Desenvolvem o PIBID na UERN


Apresentação
O I Seminário Avaliativo do Programa Insti-tucional de Bolsa de Iniciação à Docência da UERN consiste em uma ação avaliativa sobre as atividades de formação docente que vêm sendo desenvolvidas nesse período de dez meses do Programa.
O objetivo é socializar saberes, experiências, descobertas, dificuldades e avanços na formação inicial do professor, vivenciados entre Coordena-dores, Supervisores, Alunos de iniciação à do-cência, Gestores Acadêmicos e Escolares, com o propósito de potencializar repertórios conceitu-ais, didáticos e pedagógicos inerentes ao exercí-cio da profissão docente.
É nessa perspectiva que docentes, discentes e gestores do PIBID/UERN, juntamente com pro-fessores convidados de outras IPES, irão parti-lhar suas práxis pedagógicas, através de Palestra, Mesas Redondas, Comunicação Oral, Salas de Conversas e Painel Formativo.
Programação
Palestra: Formação Profissional e Atividade Docente
Prof. Júlio Ribeiro Soares (UERN)
Local: FAFIC. 8:30hs as 9:30hs.
Intervalo: 9hs as 10hs.
Mesa Redonda: Caracterização da Gestão Escolar e da Atua-ção Docente no ensino médio
Grupos de Pesquisa: MBF-1, MBQF-1, BQ -1, F-1, L-1
Coord.: Profº Carlos Antonio Lopes Ruiz
Local: FAFIC. 10hs as 12hs.
Almoço. 12hs as 14hs.
Salas de Conversas: Experiências Interinstitucionais com o PIBID.
Profº Wictor Carlos Magno (UFRPE);
Profª Márcia Goretti Lima Silva (UFRN);
Profª Giselle Costa de Sousa (UFRN);
Profª Raquel Crosara Maia Leite (UFC);
Profº Clévio de Carvalho Lourenço (UFRN);
Profª Maria da Penha Casado (UFRN);
Coordenação: Profº Coord. de Área do PIBID/UERN.
Local: FE. 14hs as 17:30hs.
Dia 18/03/2011
Painel Formativo: Colaborações dos Supervisores para For-mação Inicial da Docência.
Profº Maria Veras de Lima Barros;
Profº Lindemberg Ventura de Sousa;
Profº Odaivo de Freitas Soares;
Profª Andrea Bezerra dos Santos;
Profª Sueny Nóbrega Soares;
Profª Maria Clivoneide de Freitas Freire;
Coord.: Profº José Francisco das Chagas Souza.
Local: FAFIC. 7hs as 9hs.
Intervalo. 9hs as 9:30hs.
Mesa Redonda: Perspectivas Didáticas para as Áreas de Conhecimentos.
Profº Carlos Antonio Lopes Ruiz (Física);
Profº Antonio Gauthier Farias Falconieri (Química);
Profº Maria do Socorro Aragão Pain (Matemática);
Profª Maria da Conceição Vieira de Almeida (Biologia);
Profº José Francisco das Chagas Souza (Filosofia);
Profº Mª de Fátima de Carvalho Dantas (Letras);
Coord.: Profª Maria Helena de Freitas
Local: FAFIC. 9:30hs as 12hs.
Almoço. 12hs as 13:30hs.
Comunicação Oral: Caracterização dos Alunos do Ensino Médio.
Grupos: MBF-2, MF-7, MQBF-5, MQBF-6, BQ-3, L-3.
Coord.: Profª Maria da Conceição Vieira de Almeida.
Grupos: MBF-3, MQBF-2, MQF-7, BQ-2, BQ-4, L-4.
Coord.: Profª Maria do Socorro Aragão Pain
Grupos: MBF-4, MQBF–3, MQF-8, F-2.
Coord.: Profª Maria de Fátima de Carvalho Dantas
Grupos: MBF-5, MF-6, MQBF-4, MQF-9, F-3, L-2.
Coord.: Profº Antonio Gauthier Farias Falconieri.
Local: FE. 13:30hs as 15:30hs.
Encerramento: Perspectivas Formativas do PIBID/UERN para 2011.
Coordenação: Profª Anadja Braz.
Local: FAFIC. 15:30hs as 17hs.
Dia 17/03/2011
Credenciamento
Local: FAFIC. 7hs as 8hs.
Momento Artístico Cultural - Abertura
Local: FAFIC. 8hs as 8:30hs.