LEITURA... O que é leitura? O que é ler?
É um tipo de conhecimento? Conhecimento prévio e/ou construído no grupo? Relaciona-se com a experiência de cada um? É o resgate de uma experiência vivida? Ou é o desejo de uma experiência por viver? Como leitura e experiência podem se articular? Contando histórias e resignificando-as? Pode ser fragmentada ou global essa leitura? Pode acontecer por diferentes formas de ver, expressar-se? Precisa ou não do outro? Qual é o papel desse outro na leitura? Influenciar? Ser influenciado? Os dois? Leitura e mudança e pontos de vista... Por que essa relação? A leitura nos ajuda a fazer relações? Ou é nas relações que ela se constitui? O que a leitura tem a ver com a visão de mundo, afinal? E com a nossa história pessoal e social? Ler pode ser construir uma determinada história? Mas e, o conhecimento, o que tem a ver com essa história?
Na verdade, a leitura pode estar relacionada a todas estas questões, como tudo o que não podemos de imediato imaginar. A leitura é o próprio ato de ver, na sua concretude ou representado por meio da escrita, do som, da arte, dos cheiros. A leitura é uma experiência cotidiana e pessoal representativa para cada pessoa. Minha leitura é só minha, incapaz de ser a do outro... A convergência total neste ponto inexiste, e é aí que se encontra o grande encanto da leitura, recheada de tantos outros, mas tão única para um só.
Por meio da leitura e de nossa visão de mundo, conseguimos o domínio da palavra. Por meio da palavra, trocamos idéias e conhecimentos, sendo possível entender o mundo que nos cerca. Com o domínio da palavra nós nos transformamos e, ao nos transformar, nos é permitido construir um mundo melhor. Através de nossas histórias, é possível resgatar lembranças... Resgatando lembranças, voltamos no tempo. Ao voltarmos no tempo, entendemos as raízes que fazem parte da nossa cultura, essa cultura que nos foi dada como base para nossa formação de cidadãos críticos e conscientes dos nossos atos...
Nossas leituras nos fazem pensar sobre as verdades pessoais. Como se constroem? De que maneira sobrevivem? E até mesmo podemos pensar se existe a possibilidade de transformá-las.Percebemos a fragmentação como obstáculo considerável no processo de leitura. Somos seres integrados, capazes de relacionar idéias e isso nos torna capazes de operar transformações. Assim como é impossível separar corpo e mente, torna-se evidente a incoerência na segmentação do conhecimento. Nossa experiência nos permite avançar no conhecimento e, assim, amplia nossa visão de mundo. Nada está estático, nada é absoluto: as verdades se constroem e se reconstroem ao longo da vida. A verdade está dentro dos olhos de quem a vê, no coração de quem a sente e na mente que reflete sobre ela. Assim, tudo é uma coisa só.
Ler é estar conectado com a leitura do outro, é receber e enviar informações, é logar na realidade do outro, é entender que sem o outro o seu ponto de vista é só um ponto de vista.
Por tudo isso, é fundamental que o educador tenha sensibilidade para perceber as dificuldades dos educandos e intervenha de maneira satisfatória, levando-os à construção da leitura. Afinal, a vida é uma aventura e deve ser vivida intensamente
Apesar dos pesares. Aventurar-se causa ansiedade, mas deixar de arriscar-se é perder a si mesmo... E aventurar-se no sentido mais elevado é, precisamente, tomar consciência de si próprio. Kierkegaard
Ler é sonhar... Sonhar é viver... Viver é amar... Amar é querer... Querer é buscar.... Buscar é lembrar... Lembrar é simplesmente: sonhar, viver, amar, querer buscar o prazer que a boa leitura pode nos dar!
Autores: Célia Ribeiro, Valéria Coutinho, Paola Fávero, Jéferson Barbosa e Priscila Soares
Postado por Proposta do BLOG às 14:38
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