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A literatura de cordel é uma espécie de representação da cultura popular escrita, em formato de poesia, impressa e divulgada em folhetos ilustrados com o processo de xilogravura. Ganhou este nome, pois é exposta ao povo amarrados em cordões, que são estendidos em pequenas lojas de mercados populares, feiras, praças ou até mesmo nas ruas. Muitos historiadores e antropólogos estudam este tipo de literatura com o objetivo de buscarem informações preciosas sobre a cultura e história de uma época.
Em meio à ficção resgatam-se dados sobre vestimentas, crenças, comportamentos, objetos, linguagem, arquitetura, etc. Esta literatura chegou ao Brasil através dos portugueses, na segunda metade do século XIX, e aos poucos foi se tornando popular. O objetivo de mostrar esta literatura é trazer, não só aquilo que todos conhecem, mas também curiosidades, tais como: as variações da metrificação deste estilo, os grandes escritores, bem como informar a existência da Academia Brasileira de Literatura de Cordel.
Demonstraremos, com isso, a existência de estudos específicos sobre a estrutura narrativa por temas/estórias, uma possível classificação de períodos e também que esta forma de escrever influenciou alguns escritores brasileiros, a saber: Ariano Suassuna, Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto. Convém ressaltar que tal literatura também é utilizada no nordeste como forma de alfabetizar e em outros estados brasileiros, por alguns professores, como forma de introduzir a poesia e a literatura para crianças.
Proporemos desta forma apresentar alguns exemplares para manuseio e leitura, afim de despertar o interesse na comunidade científica acerca do aprofundamento destes estudos. Os futuros educadores da língua portuguesa devem ter motivação em buscar fenômenos literários contemporâneos desenvolvidos no Brasil, ainda que estas sejam predominantes em algumas regiões. Com base nesta exposição trazer à tona a interatividade lingüístico/cultural da Língua Portuguesa.
“Preste atenção por favor
na história que vou contar
ela explica o que é cordel
grande manifestação popular.”
( Paulo Araújo )
A literatura de cordel, aos poucos, foi se tornando cada vez mais popular. Trata-se de uma poesia folclórica e popular com raízes no nordeste do Brasil. Consiste, basicamente, em longos poemas narrativos chamados romances ou histórias impressos em folhetins ou panfletos de 32 ou, raramente, 64 páginas que falam de amores, sofrimento ou aventuras, num discurso heróico de ficção.
Em todo o mundo, desde tempos imemoriais, a grande tradição da literatura culta correspondeu à transmissão oral de contar histórias em praças públicas ou teatros reais. Quando surgiram as máquinas impressoras, a divulgação dessas obras de pequena tradução literária estendeu-se a um número maior de leitores: algumas eram escritas em prosa a maioria, porém, aparecia em versos, pois era mais fácil, a um público analfabeto, decorar versos e mais versos, lidos por alguém.
Esta foi brevemente a trajetória daquilo que se chamou, na França, Literatura de Colportage (mascate); na Inglaterra Chapbook, ou balada; na Espanha Pilego Suelto, em Portugal, Literatura de Cordel ou folhas volantes. No Brasil e também na América espanhola a mesma trajetória foi seguida. Também aqui se conta e se canta em prosa e verso. Há em todo o país uma longa tradição e a presença sempre atuante de cantorias, improvisos e desafios: os poetas populares dizem , em versos, suas mágoas, alegrias, esperanças e desesperos do dia-a-dia.
“E depois de achar o mote
que o cordelista procura
Qual o tamanho do verso e
como é sua estrutura?”
Os folhetos de cordel possuem um número variável de páginas: 8, 16, 32 ou 48. Os dois primeiros tipos são, geralmente, destinados a contar algo ocorrido na região – os chamados versos noticiosos. Os mais longos são romances, que narram histórias de ficção ou da carochinha. Os versos são escritos em sextilhas ““ estrofes de seis linhas com sete sílabas poéticas cada uma com o seguinte esquema de rimas: AXBXCX, raramente são escritos em setilhas AXBXCCX ou décimas, que obedece ao esquema de rimas já consagrado na categoria de viola: ABBAAXXOOX
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Néya Maciel, graduanda do segundo ano do curso de Letras pela CEULAR (Centro Claretiano) em Batatais-SP, iniciou sua pesquisa sobre a Literatura de Cordel em2006, a qual pretende utilizar como tema de seu TCC em 2008, sugerindo que o Cordel não é somente um folclore popular, divulgando assim sua história, seus representantes e a evolução desta modalidade literária.
Em meio à ficção resgatam-se dados sobre vestimentas, crenças, comportamentos, objetos, linguagem, arquitetura, etc. Esta literatura chegou ao Brasil através dos portugueses, na segunda metade do século XIX, e aos poucos foi se tornando popular. O objetivo de mostrar esta literatura é trazer, não só aquilo que todos conhecem, mas também curiosidades, tais como: as variações da metrificação deste estilo, os grandes escritores, bem como informar a existência da Academia Brasileira de Literatura de Cordel.
Demonstraremos, com isso, a existência de estudos específicos sobre a estrutura narrativa por temas/estórias, uma possível classificação de períodos e também que esta forma de escrever influenciou alguns escritores brasileiros, a saber: Ariano Suassuna, Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto. Convém ressaltar que tal literatura também é utilizada no nordeste como forma de alfabetizar e em outros estados brasileiros, por alguns professores, como forma de introduzir a poesia e a literatura para crianças.
Proporemos desta forma apresentar alguns exemplares para manuseio e leitura, afim de despertar o interesse na comunidade científica acerca do aprofundamento destes estudos. Os futuros educadores da língua portuguesa devem ter motivação em buscar fenômenos literários contemporâneos desenvolvidos no Brasil, ainda que estas sejam predominantes em algumas regiões. Com base nesta exposição trazer à tona a interatividade lingüístico/cultural da Língua Portuguesa.
“Preste atenção por favor
na história que vou contar
ela explica o que é cordel
grande manifestação popular.”
( Paulo Araújo )
A literatura de cordel, aos poucos, foi se tornando cada vez mais popular. Trata-se de uma poesia folclórica e popular com raízes no nordeste do Brasil. Consiste, basicamente, em longos poemas narrativos chamados romances ou histórias impressos em folhetins ou panfletos de 32 ou, raramente, 64 páginas que falam de amores, sofrimento ou aventuras, num discurso heróico de ficção.
Em todo o mundo, desde tempos imemoriais, a grande tradição da literatura culta correspondeu à transmissão oral de contar histórias em praças públicas ou teatros reais. Quando surgiram as máquinas impressoras, a divulgação dessas obras de pequena tradução literária estendeu-se a um número maior de leitores: algumas eram escritas em prosa a maioria, porém, aparecia em versos, pois era mais fácil, a um público analfabeto, decorar versos e mais versos, lidos por alguém.
Esta foi brevemente a trajetória daquilo que se chamou, na França, Literatura de Colportage (mascate); na Inglaterra Chapbook, ou balada; na Espanha Pilego Suelto, em Portugal, Literatura de Cordel ou folhas volantes. No Brasil e também na América espanhola a mesma trajetória foi seguida. Também aqui se conta e se canta em prosa e verso. Há em todo o país uma longa tradição e a presença sempre atuante de cantorias, improvisos e desafios: os poetas populares dizem , em versos, suas mágoas, alegrias, esperanças e desesperos do dia-a-dia.
“E depois de achar o mote
que o cordelista procura
Qual o tamanho do verso e
como é sua estrutura?”
Os folhetos de cordel possuem um número variável de páginas: 8, 16, 32 ou 48. Os dois primeiros tipos são, geralmente, destinados a contar algo ocorrido na região – os chamados versos noticiosos. Os mais longos são romances, que narram histórias de ficção ou da carochinha. Os versos são escritos em sextilhas ““ estrofes de seis linhas com sete sílabas poéticas cada uma com o seguinte esquema de rimas: AXBXCX, raramente são escritos em setilhas AXBXCCX ou décimas, que obedece ao esquema de rimas já consagrado na categoria de viola: ABBAAXXOOX
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Néya Maciel, graduanda do segundo ano do curso de Letras pela CEULAR (Centro Claretiano) em Batatais-SP, iniciou sua pesquisa sobre a Literatura de Cordel em
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