domingo, 24 de outubro de 2010

Resumo de estudo

Ao buscarmos um tema, em Língua Portuguesa, para o nosso Trabalho de Conclusão de Curso, focamos nosso interesse nas várias linguagens que permitem as crianças inserirem-se no mundo letrado. E, dentre inúmeras opções de instrumentos de leitura, decidimos trabalhar com as histórias em quadrinhos (HQ). Afinal, nessa era de comunicação e informação, a sociedade não mais permite leituras que objetivem uma única interpretação, estável e universal, nem mesmo leitores apenas de livros. Pelo contrário, hoje é cada vez mais necessário que o sujeito seja capaz de compreender as variadas linguagens e os múltiplos códigos que o envolvem como, por exemplo, pintura, cinema, teatro, propaganda, histórias em quadrinhos.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN (Brasil 2000) apontam, como um dos objetivos do ensino fundamental para a Língua Portuguesa, que os alunos sejam capazes de utilizar as diferentes linguagens – verbal, matemática, gráfica, plástica e corporal – como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação. Para isso, defendem os PCN que é preciso a escola viabilizar o acesso do aluno ao universo dos textos que circulam socialmente, ensinar a produzi-los e a interpretá-los. Nesse sentido, acreditamos que a multimodalidade existente nos quadrinhos facilite e estimule os educandos à prática da leitura, uma vez que o contato com esse gênero textual, leve e agradável, possibilita uma intimidade com o ato de ler.
Entre todas as linguagens que fazem parte do mundo contemporâneo, há uma que realiza a integração entre a linguagem escrita e a linguagem visual: a das histórias em quadrinhos. Estas vêm se consolidando como um importante instrumento de difusão cultural e de formação educacional para pessoas de diferentes faixas etárias. É por meio dos quadrinhos que a maioria das crianças e dos adolescentes entra em contato com as linguagens plásticas desenhadas e com narrativas, iniciando seu contato com linguagem cinematográfica e a literatura, e adquirindo, assim, o gosto pela leitura. Segundo Higuchi (1997, p.53), “no caso das HQ, a criança poderá ter seu prazer ampliado, desenvolvendo sua capacidade de leitura”.
extratos mais Histórias em quadrinhos na sala de aula [...] Os quadrinhos apresentam também uma linguagem bem parecida com a do cinema. A diferença é que, no cinema, as imagens estão em movimento constante, ao passo que nos quadrinhos elas são estáticas. No entanto, apesar de carecer de movimento, sugerem-no. O leitor é quem lhe atribui movimento e continuidade em sua imaginação, "o que demanda um trabalho cognitivo maior por parte do leitor, de modo a preencher as lacunas e reconstruir o fluxo narrativo." (MENDONÇA, 2002, p. 196). Quanto à tipologia textual, as HQ são predominantemente do tipo narrativo. [...]
[...] 3.5 - PROCEDIMENTOS Com base nos objetivos propostos nesta pesquisa e a partir de reflexões acerca dos paradigmas teóricos e metodológicos em pesquisa social, utilizamos, para a execução deste trabalho, o modelo qualitativo interpretativo. Afinal, a Pedagogia se adapta bem às ciências sociais e entendemos que "(...) os pesquisadores são ao mesmo tempo sujeito e objeto de suas próprias pesquisas." (SANTOS FILHO, 2001, p. 31). A análise das atividades desenvolvidas em sala de aula com o gênero HQ foi realizada a partir do levantamento dos elementos que envolvem a prática pedagógica - no que diz respeito ao ensino da leitura - tais como: a relação dos materiais, de que forma a linguagem dos quadrinhos foi explorada, quais os conteúdos de Língua Portuguesa trabalhados, quais os objetivos didático-pedagógico que norteiam a prática do educador e quais os processos avaliativos adotados. [...]
[...] R de S. Um gênero quadro a quadro: a história em quadrinhos. In: Dionísio, A. P.; Machado, A. R.; Bezerra, M. A. (orgs.). Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002, pp. 194-207. MINAYO, M. C. de S. (org). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Rio de Janeiro: Vozes, 2002. SANTOS FILHO, J. C. Pesquisa quantitativa versus pesquisa qualitativa: o desafio paradigmático. In: GAMBOA, S. S. (org.). Pesquisa educacional: quantidade-qualidade. São Paulo: Cortez, 2001, pp. 13-59. SERPA, D. ; ALENCAR, M. [...]
[...] 1 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS 2.1.1 Analisar as atividades desenvolvidas em sala de aula com gênero histórias em quadrinhos; 2.1.2 Averiguar quais os conteúdos selecionados e trabalhados nas aulas com histórias em quadrinhos; 2.1.3 Verificar como os professores exploram a linguagem dos quadrinhos como prática de leitura; 2.1.4 Identificar os recursos materiais utilizados para o ensino da prática de leitura com o gênero textual quadrinhos; 2.1.5 Investigar os objetivos didático-pedagógicos quanto ao uso dos quadrinhos em sala de aula; 2.1.6 Investigar como é feita a avaliação da aprendizagem nas situações em que é utilizada a HQ; 2 - MARCO TEÓRICO 2.1 LEITURA Em nossa cultura grafocêntrica, o acesso à leitura é tido como intrinsecamente bom. [...]
[...] 1. Na primeira atividade a professora solicita que os alunos elaborem uma HQ, reproduzindo a história lida anteriormente (também HQ) da Emília (Anexo 4). Para essa atividade a professora utilizou folhas de ofício (dobradas em formato de revista), lápis de cor e giz de cera. Os materiais foram entregues aos alunos. Em seguida a professora diz: P.: Vamos escolher um novo título para a historinha Os alunos apresentaram várias propostas de títulos. A professora escreve no quadro os títulos sugeridos. [...]
[...] In: Chiappini, L. (org.). Aprender e ensinar com textos não escolares. São Paulo: Cortez, 1997, pp. 125-154. INFANTE, U. Curso de gramática aplicada aos textos. São Paulo: Scipione, 2001. LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. LUCKESI, C. C. Avaliação da Aprendizagem escolar: estudos e proposições. São Paulo: Cortez, 2003. LUYTEN, S. São Paulo: Brasiliense, 1993. MAGALHÂES, L. C. Em defesa dos quadrinhos. In: Zilberman, R. (org.). A produção cultural para a criança. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1990, pp. [...]
[...] A linguagem verbal vai aparecer, principalmente, para expressar a fala ou pensamento dos personagens, a voz do narrador e os sons envolvidos nas narrativas apresentadas, mas também estará presente em elementos gráficos: cartazes, cartas, vitrines, etc. A seguir veremos como foi trabalhada a mensagem lingüística das HQ nas atividades realizadas durante as aulas: . Exploração da linguagem verbal da capa de um gibi (Anexo 4). Os alunos, mediados pela professora, fizeram a leitura verbal da página inicial do gibi e discutiram sobre o que seria tratado nas páginas seguintes. [...]
[...] 12) define esse gênero como "articulação de signos gráficos, visuais e verbais como prática significante narrativa fundada na mais pura visualidade". Denominadas por Eisner (1989) como arte seqüencial, as HQ são uma forma de linguagem que combina imagem e texto e que, através do encadeamento de quadros, narra uma história ou ilustra uma situação. Descobrir o funcionamento dessa parceria demanda atividade lingüístico- cognitiva contínua pelos leitores (MENDONÇA, 2002). No entanto, Magalhães (1990) diz que o que é fundamental na HQ não é sua dupla natureza sígnica, mas o fato de que ela conta uma história relacionando personagens, enredo, tempo, espaço e ponto de vista. [...]
[...] Não observamos atividades que contemplassem questões de tamanho e espessura de letras e elementos constituintes (personagens, seqüência temporal, trama/enredo). No que diz respeito aos objetivos didático-pedagógicos, identificamos que a professora buscou levar o aluno a: . Refletir sobre os elementos visuais e verbais do gênero HQ; . Utilizar estratégias de leitura como antecipações e inferências para compreender a HQ a partir da capa. . Desenvolver estratégias de produção textual; . Compreender que a mensagem lingüística dos quadrinhos se dá através de duas formas: o diálogo e a narrativa; . [...]
[...] Equivale ao discurso direto em textos literários. É importante que o professor trabalhe as marcas da oralidade nas HQ. . Leitura por meio da qual se explorou a legenda (narrador) na HQ. Ao longo da leitura de um gibi (Anexo 4), professora e alunos discutiram quanto à voz onisciente do narrador da história. O debate entre eles girou em torno da voz presente nas legendas. Eis trechos das falas: P.: De quem é essa fala? Aluno: Do narrador. Constatamos que não foi aprofundada a discussão quanto ao papel da legenda (voz do narrador), para situar o leitor no tempo e no espaço, indicando mudança de localização dos fatos, avanço ou retorno no fluxo temporal, expressões de sentimentos ou percepções dos personagens. [...]
[...] A produção da leitura na escola. São Paulo : Ática, 1995. SILVA, L. L. M. O ensino da Língua Portuguesa no primeiro grau. São Paulo: Atual, 1986. SILVA, N. M. da. Fantasias e cotidiano nas histórias em quadrinhos. São Paulo: Annablume, 2002. SOARES, M. B. As condições sociais da leitura: uma reflexão em contraponto. In: ZILBERMAN, R.; SILVA, E. T. (orgs.). Leitura: Perspectivas interdisciplinares. São Paulo: Ática, 2000. SOLÉ, I. Estratégias de leitura. Porto Alegre : Artmed, 1998. SUASSUNA, L. [...]

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