domingo, 2 de janeiro de 2011

Oficina para a Inclusão Digital



Nos dias 17, 18 e 19 de outubro, acontece no Rio de Janeiro a 4ª Oficina para a Inclusão Digital, promovida pela Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, pela Rede de Informações para o Terceiro Setor (Rits), pelo Sampa.org e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O evento conta com o apoio da Fundação Konrad Adenauer e com o patrocínio do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), do Banco do Brasil e da Eletrobrás.

O evento é dividido em quatro temas centrais: “Infra-estrutura e acesso universal”, “Inclusão digital, liberdade de conhecimento e produção cultural”, “Sustentabilidade da inclusão digital” e “Indicadores para a inclusão digital”.

A 4ª Oficina para a Inclusão Digital dará continuidade ao debate nacional sobre os temas prioritários para a inserção das comunidades excluídas no contexto das redes digitais. Desde a sua primeira edição, o evento dá espaço à apresentação de alternativas práticas e abrangentes para os processos de infoinclusão.

As Oficinas marcaram, divulgaram e conscientizaram progressivamente a opinião pública sobre o tema, definiram as posições da sociedade civil em relação à questão e, ao mesmo tempo, ampliaram as preocupações e ações do poder público nesse campo, na opinião de Maurício Falavigna, coordenador do Sampa.org. “As Oficinas definiram a questão da inclusão digital não como um mero acesso à tecnologia, mas como parte integrante do combate à desigualdade, à exclusão social e, principalmente, como uma luta por uma ampla inserção na sociedade do conhecimento”, acredita.

A intenção é de trabalhar por um projeto nacional que garanta acesso às tecnologias da informação e da comunicação a todo cidadão e cidadã no Brasil, sem nenhuma forma de discriminação. Por isso, o evento reúne pessoas envolvidas com inclusão digital em diferentes graus e áreas: representantes de ONGs e sociedade civil em geral, coordenadores de projetos de infoinclusão, representantes do governo, gestores de empresas públicas, acadêmicos, estudantes, executivos de empresas e operadores de telecentros.

Para Carlos Afonso, diretor de Planejamento e Estratégias da Rits, o governo não colocou em prática as estratégias definidas nas outras Oficinas. Em conseqüência disso, decidiu-se modificar o formato do evento. “Constatamos que o formato com grupos de trabalho para a construção de um documento único está exaurido. Nesses três anos não conseguimos fechar um documento de inclusão digital definitivo. O governo não conseguiu montar uma estratégia nacional de inclusão digital, por falta de organização e de recursos. Nem um projeto nacional de telecentros o governo conseguiu implementar.”

Maurício Falavigna acredita que a edição deste ano marca um aprofundamento do diálogo entre sociedade civil e governo, especialmente no que tange a ações concretas de inclusão. “Agora há iniciativas governamentais de largo alcance sendo implementadas a partir desse diálogo, e creio que essa é a oportunidade de discutir o presente e futuras ações.”

Por outro lado, houve muitos avanços em relação a projetos de governos locais e da sociedade civil. “Será uma oportunidade de avaliar o que aconteceu, o que funcionou, o que a sociedade civil deixou de fazer e, também, as conquistas obtidas”, diz Carlos Afonso. Ele acredita que as Oficinas certamente contribuíram para esses avanços, não pelo documento produzido, mas pela interação e propagação de idéias entre os atores envolvidos.

Assim, a IV Oficina para a Inclusão Digital pretende ser um espaço de debate mais livre: a idéia é que as pessoas se coloquem como voluntárias para montar um relatório com as constatações sobre o evento, mas essa não é uma atividade pré-programada, explica Carlos Afonso.

Temas
Pela primeira vez realizada no Rio de Janeiro (as três edições anteriores ocorreram em São Paulo e Brasília), a Oficina conta com painéis de debates que incluem diferentes aspectos relacionados ao universo da infoinclusão, tais como “Rádios Comunitárias e Internet”, “Software Livre: Autonomia e Desenvolvimento”, “Acessibilidade na Inclusão Digital” e “Laboratórios multimídia e TV digital”.

Como nas edições anteriores, a Oficina espera proporcionar a participação de profissionais que atuam efetivamente nos telecentros de todas as regiões do país. O objetivo do painel “Telecentros: Softwares de gestão e sistemas operacionais” é debater as vantagens e desvantagens das diferentes distribuições e dos sistemas de gestão para telecentros comunitários, além de identificar junto aos participantes quais as demandas percebidas pelos profissionais que atuam efetivamente nos telecentros. Para isso, foram convidados coordenadores de telecentros de diversos estados.

Em um dos últimos painéis, haverá um debate sobre a Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação (CMSI/) entre os atores que participam do processo. Para Maurício Falavigna, a inclusão de uma discussão aberta sobre o processo da CMSI é um avanço em relação aos anos anteriores. “Embora os resultados da última Cúpula terem sido tímidos face às posições da sociedade civil, ela continua sendo o principal espaço para apresentar reivindicações que visem a concretizar os anseios de democratização do acesso ao conhecimento, de utilização das TICs para o compartilhamento do conhecimento e para um processo de empoderamento de grupos excluídos”.

Mais informações sobre 4ª Oficina para a Inclusão Digital em www.idrio.org.br
por
Mariana Loiola
Fonte: www.rits.org.br (revista do terceiro setor)  

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