cacto no deserto
Crédito: Gretchen B. North, Occidental College, Los Angeles
Ariocarpus fissuratus

O Ariocarpus fissuratus recebeu o apelido de “rocha viva” porque ele se mistura com a paisagem rochosa já que sua pequena estatura é do mesmo nível da superfície do solo. Os pesquisadores supõem que o cacto pode “escapar” das altas temperaturas ao mover parte de si mesmo para abaixo da superfície do solo, onde a temperatura é mais amena.

Ao analisar mudanças na profundidade da planta e na anatomia de sua raiz, os pesquisadores chegaram à conclusão de que o cacto se move para dentro do solo contraindo suas raízes. Mas será que essa contração desempenha um papel protetor ao modular a temperatura?

Para descobrir esta resposta os pesquisadores cultivaram plantas em telhados de Los Angeles, onde a temperatura do ar esteve acima de 37º C durante vários dias, buscando criar condições semelhantes ao verão no deserto. Todos os cactos foram cultivados em solo arenoso, mas metade tinha rochas cobrindo a superfície do solo, semelhante ao habitat natural deles. Nas plantas que cresceram em solos rochosos, a temperatura interna do caule estava aproximadamente 4º C mais baixa do que aquelas que cresceram apenas em solo arenoso. Embora isso possa parecer uma diminuição muito pequena, tem um efeito significativo sobre a saúde das plantas.

Além disso todos os cactos cultivados apenas em solo arenoso acabaram morrendo, enquanto que aqueles que cresceram no solo rochoso sobreviveram ao calor intenso. A contração da raiz auxiliou a baixar a temperatura interna do caule, mas apenas quando combinada com os efeitos de resfriamento da superfície rochosa.